Ao lado do governador Fernando Pimentel (PT), o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) disse nesta segunda-feira (16) que Minas Gerais perdeu as usinas da Cemig por “falta de união” e “incompetência” de parlamentares e gestores do Executivo. A bronca, segundo ele, vale para o governo estadual, senadores e deputados mineiros e as prefeituras, que, para Kalil, precisam se unir em uma frente apartidária para cobrar um melhor atendimento do governo do presidente Michel Temer.
Kalil aproveitou a deixa de manifestantes do Hospital Sofia Feldman, que protestavam em frente a PBH na hora do evento de entrega de um estudo dos impactos da Lei Kandir no município, para dizer que o grupo só estava ali por não ter nenhum lugar para ser ouvido. “Quando perdemos as usinas da Cemig não acho, senhor governador, que foi uma derrota do senhor. Foi uma derrota do governo de Minas, dos 853 municípios, dos dois senadores da República e de todos os deputados federais de Minas Gerais. É uma derrota retumbante da desunião e da incompetência de todos sem exceção”, afirmou.
O prefeito disse que Minas Gerais “resiste” a questões como as perdas financeiras e a crise econômica, mas precisa mudar essa postura. “Tem que começar a ganhar, temos que ter vitórias e me parece que ela estão cada vez mais longe”, afirmou.
No encontro no qual a PBH, a Assembleia e o governo de Minas receberam o relatório da comissão da Lei Kandir da Câmara Municipal, o prefeito apontou para a criação de uma frente política apartidária para fazer cobranças de forma mais contundente do governo federal.
“Está na hora de Minas se unir e receber alguma coisa. Estão vindo aí as eleições de 2018, está na hora de os deputados federais, junto com o governo do estado, o prefeito da capital e os demais prefeitos que tem interesse – no caso, no ICMS da Lei Kandir – se unirem apartidariamente e partirem de uma forma firme e decidida para que o governo federal tenha um pouco mais de carinho com esse estado, com nossa cidade. Sem união não vamos fazer nada”, afirmou.
Pimentel, que falou na sequência, elogiou com Kalil por se abrir a receber os manifestantes. O governador afirmou que Minas Gerais tem R$ 135 bilhões a receber pelo que deixou de arrecadar de ICMS por causa da Lei Kandir. Ele disse que a legislação surgiu em 1996 por causa da política “suicida” do plano real, que igualava o dólar ao preço do real. “Como disse o prefeito Kalil, Minas resiste, mas Minas quer receber também. Então, está na hora de receber, vamos cobrar de Brasília que faça o que é justo: devolva a Minas, ao estado e aos municípios, aquilo que nos foi tirado com a mão de gato da Lei Kandir. Que seja assim, vamos lutar, a vitória vem um dia”, disse.