O plenário da Câmara não abriu a sessão de plenário que estava marcada para a tarde desta segunda-feira (16). O cancelamento compromete a contagem de prazos e pode atrasar a análise da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Desde terça passada, quando o relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) na CCJ recomendou que a Câmara rejeite as acusações da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), apenas uma sessão foi feita, na última quarta-feira (11). Esta contou prazo para os trabalhos das comissões.
Até o meio da tarde desta segunda, apenas 15 deputados estiveram na Câmara. Para a abertura da sessão plenária, era necessária a presença de ao menos 51. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, reconheceu que, sem a segunda sessão do plenário, a discussão sobre a denúncia pode ser adiada.
"Se não tiver contado o prazo, não tem como fazer reunião amanhã (...) Eu posso até abrir [a reunião], mas não posso deliberar sobre essa SIP [Solicitação para Instauração de Processo]. Aí, eu faço a reunião normal da CCJ”, afirmou.
Se isso acontecer, Pacheco avalia que a votação pode ficar só para a semana que vem. “[Se não concluir o pedido de vista], começa depois de amanhã e teria que terminar na quinta ou avançar para a outra terça”, disse.
Uma sessão extraordinária foi convocada para as 9h00 desta terça (17), antes do horário abertura da CCJ. Para ser aberta e contar para o prazo do pedido de vista, é preciso que haja pelo menos 51 deputados com presença registrada na Casa até meia hora após o horário marcado, ou seja, até 9h30. Aberta a sessão com quórum, ela terá que ser encerrada para poder contar o prazo – não poderá ser apenas suspensa, como normalmente ocorre.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), porém, pode decidir usar todo o tempo da sessão extraordinária, que é de 5 horas. Com isso, a CCJ só poderia iniciar a discussão da denúncia depois do encerramento.