Brasília - O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) afirmou em delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou o então presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, e os membros do Conselho de Administração da estatal pela nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento. A pressão, segundo o deputado em depoimento em vídeo divulgado no site da Câmara, teria acontecido durante reunião no Palácio do Planalto.
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Arthur Virgílio diz ser o melhor nome do PSDB para enfrentar Lula em 2018'Insistência' em tirar Lula de eleição ajuda Bolsonaro, diz RenanONU deixa decisão final sobre queixa de Lula contra Moro para 2018Na reunião, segundo ele, "o principal diálogo" entre Lula e Dutra foi relacionado à demora na nomeação de Costa. "Lula disse a Dutra para mandar um recado aos conselheiros que, se Paulo Roberto Costa não estivesse nomeado em uma semana, ele iria demitir e trocar os conselheiros da Petrobras", relatou.
Corrêa completou dizendo que "pouco tempo depois da reunião", a nomeação de Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras foi aprovada e o PP, que tinha interesse e pressionava o governo obstruindo as votações no Congresso, "abandonou a obstrução da pauta".
Cassado no Mensalão e condenado na Lava Jato a 29 anos e cinco meses, Corrêa já havia incriminado Lula em depoimento como testemunha no âmbito do processo envolvendo o triplex no Guarujá, no qual o ex-presidente foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão. Sua delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal em agosto.
Os vídeos e anexos da delação do ex-parlamentar foram tornados públicos no dia 29 de setembro, também no site da Câmara. Os arquivos integram uma pasta relacionada à segunda denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o ex-presidente e outros peemedebistas por organização criminosa e obstrução da Justiça. O material foi enviado pelo Supremo Tribunal Federal à Casa no dia 22 de setembro.
Antigo
Os advogados de defesa do ex-presidente afirmaram, em nota, que o depoimento de Corrêa é "antigo" e "segue a lógica de que réus presos na Operação Lava Jato precisam inventar acusações contra o ex-presidente Lula para destravar delações com o Ministério Público e receberem benefícios, seja para deixar a prisão, seja para obter o desbloqueio patrimonial".
"Tanto Paulo Roberto Costa quanto Nestor Cerveró (ex-diretor da área Internacional da Petrobras) já disseram em depoimentos como testemunhas desconhecer qualquer participação de Lula em irregularidades na Petrobras", completou o texto.
A nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins apontou ainda que "o próprio juiz Sérgio Moro já reconheceu que não há qualquer elemento que possa vincular o ex-presidente Lula a recursos provenientes de contratos da Petrobras". O texto encerrou reafirmando que Lula é vítima de "lawfare", "que consiste no uso indevido das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política".
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