O plenário do Senado decidiu não acatar a decisão da PrimeiraTurma do Supremo Tribunal Federal (STF) que havia determinado o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato parlamentar. Foram 26 votos favoráveis e 44 contrários à medida imposta pelo STF. Logo após a votação, a sessão foi encerrada.
Aécio estava afastado das funções parlamentares desde 26 de setembro, quando também passou a ser obrigado a se recolher em seu domicílio no período noturno. O senador precisava de 41 votos dos 81 senadores para derrubar a decisão da Corte e retomar o mandato.
Aécio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. As acusações foram feitas baseadas na delação dos executivos do grupo J&F.
De acordo com a PGR, Aécio pediu e recebeu R$ 2 milhões da JBS. O valor teria sido repassado ao tucano em forma de propina.
Sobre organização criminosa, a acusação da PGR é que o tucano teria atuado com o presidente Michel Temer (PMDB) para atrapalhar a Lava-Jato.
Antes da votação Aécio Neves encaminhou carta aos colegas senadores para pedir que os parlamentares barrem as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele.
Na carta, Aécio diz que foi vítima de violenta "trama ardiolosa" envolvendo agentes públicos da Procuradoria-Geral da República (PGR), em referência às investigações que apontam suposta participação de procuradores nas gravações telefônicas que embasaram acordo de delação premiada da empresa JBS.