Presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati defendeu nesta quarta-feira, 18, a renúncia do senador Aécio Neves (PSDB-MG) da presidência do partido. A declaração ocorre um dia após o Senado barrar, por 44 votos a 26, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs o afastamento do mandato e o recolhimento noturno ao senador mineiro.
Leia Mais
Ferraço: decisão do Senado sobre Aécio dialoga com 'corporativismo e impunidade'Dos 44 senadores que votaram a favor de Aécio, 19 são alvo da Lava-JatoDecisão do Senado sobre Aécio não significa 'impunidade', diz Cássio Cunha LimaEm nota, Aécio diz que recebeu com 'serenidade' decisão do plenário do SenadoSenado decide que Aécio Neves retornará ao mandatoTasso Jereissati se reúne com Marconi Perillo no SenadoGilmar vê 'tempestade em copo d'água' em reações a retorno de Aécio ao SenadoHá um sentimento para que Aécio deixe a presidência do PSDB, diz Cunha LimaAécio está afastado do cargo desde maio, após a divulgação da delação da JBS, que o implica diretamente. Em conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, o tucano pede R$ 2 milhões. Ele nega que o dinheiro seja propina e diz que foi um pedido de empréstimo para pagar sua defesa na Operação Lava Jato.
Mesmo afastado da presidência do partido, Aécio continuou a ter influência e conseguiu manter o PSDB na base aliada de Michel Temer. O senador é um dos principais fiadores da sigla do apoio ao peemedebista.
Já Tasso tem dado sinais de que pode ceder à ala que defende a ruptura com Temer, encabeçada pelos autointitulados cabeças-preta, ala mais jovem de deputados tucanos.
Tasso disse que não havia conversado com Aécio ainda sobre o assunto. Após chegar ao Senado, ele se reuniria com Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), também defensor da saída do PSDB da base.
Supremo
Apesar de pregar a renúncia de Aécio do comando tucano, Tasso defendeu a votação que derrubou as medidas cautelares contra o colega de partido.
Para Tasso, porém, apesar de poder retomar o mandato parlamentar, os problemas de Aécio ainda não acabaram. "Agora, aqui no próprio Senado ele vai ter o Conselho de Ética e vai ter que se defender. Ao mesmo tempo, o julgamento no STF continua. No STF, ele também vai ter o direito de apresentar a sua defesa", disse.
.