Os advogados dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) defenderam na tarde desta quarta-feira, 18, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o arquivamento da denúncia por organização criminosa que tramita na Câmara. A votação no colegiado acontecerá ainda nesta quarta-feira.
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Advogado de Temer pede que deputados da CCJ rejeitem denúnciaCCJ encerra etapa de discussão de denúncia contra Temer Após espera de quórum, CCJ retoma sessão para apreciar denúncia contra TemerCCJ aprova parecer de relator que pede o arquivamento das denúncias contra TemerPara ele, o País passa por um momento de "criminalização do ato político". O advogado disse ainda esperar que os deputados tomem "posição contra o massacre feito contra o Legislativo".
O advogado de Moreira Franco, Antônio Pitombo, também fez críticas à Procuradoria-Geral da República e disse que essa "acusação não merece jamais ter continuidade".
Para ele, a PGR cometeu "um série de erros e abusou do exercício de acusar". "Isso viola a harmonia entre os Poderes. Não se acusa ministro e presidente da República sem provas, sem indícios de autoria. Aqui não houve investigação, há uma coleção de provas ilícitas", disse.
Pitombo também disse ser correta a decisão do Senado de "proteger a liberdade" e devolver o mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para ele, estão sendo feitas "acusações levianas contra integrantes de partidos".
Antes dos dois advogados, o representante do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, também se manifestou no mesmo sentido.
Padilha e Moreira foram denunciados ao lado de Temer por organização criminosa com base nas delações do empresário Joesley Batista e do operador financeiro Lúcio Funaro. Segundo a PGR, o grupo teria recebido pelo menos R$ 587 milhões de propina dos últimos anos, oriundos de órgãos como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.
Fatiamento
Depois da fala dos advogados de defesa, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), rejeitou a última questão de ordem pendente que pedia o fatiamento da votação, para avaliar separadamente as acusações contra Temer e os dois ministros.
Pacheco argumentou que o procedimento era "incompatível com a votação em comissões" e justificou que era preciso manter a visão global da denúncia. Assim, Pacheco determinou o arquivamento da questão de ordem do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ).
Pacheco também indeferiu a sugestão do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), sobre a possibilidade de apresentação de destaques ao relatório sobre a denúncia..