O presidente da Câmara Municipal de Iguatama, Herivelto Ferreira Pedrosa (PP), foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira durante ações da operação Casa de Espíritos. Além dele, também foram presos o assessor jurídico da Casa, Hirondel Lopes de Camargos, e o ex-vereador Genílson Basílio de Souza. Outros dois vereadores, que não tiveram os nomes revelados, foram afastados do cargo.
A operação, desencadeada pelo Ministério Público de Minas em parceria com as polícias Civil e Militar, investiga fraudes na contratação de serviços de faxina, limpeza de caixas D'água e táxi na Câmara. Além disso, é apurada a existência de um funcionário fantasma na Casa.
Ainda de acordo com o Ministério Público, 15 mandados de medidas cautelares foram cumpridos. Os outros 10 mandados de medidas cautelares correspondem ao recolhimento noturno e nos dias de folga e vedação de contato com as testemunhas em relação a pessoas que supostamente teriam prestado serviços para a Câmara Municipal, servidores e vereadores investigados.
De acordo com o procurador Angêlo Ansanelli, o esquema constava na repartição de dinheiro público, adquirido de forma irregular, entre os parlamentares e agentes públicos. Ainda de acordo com ele, uma das servidoras chegou a dividir o salário com um correligionário do presidente da Câmara.
O esquema também envolvia fraudes em combustíveis. “Eles desviaram muito combustível em um carro da Câmara que estava avariado, não estava funcionando, e mesmo assim eles continuavam abastecendo carros particulares com o dinheiro da Câmara. Carros de amigos, de familiares , de correligionários, de vereadores”, disse. Materiais de limpeza também eram adquiridos em grande quantidade, mas não foram destinados à Casa.
As irregularidades, segundo o procurador, ainda envolvem a utilização de um dos carros da Câmara para fins particulares além do pagamento por corridas de táxi que não teria sido realizadas.
Os presos foram levados para o presídio de Arcos. De acordo com o Gaeco as investigações começaram há aproximadamente quatro meses. A operação contou com participação e apoio de 31 policiais militares, 17 policiais civis e 10 servidores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
A reportagem tentou contato com a Câmara Municipal de Iguatama, mas ninguém atendeu aos telefonemas.