Em um dia mais difícil para o Palácio do Planalto do que o enfrentado na primeira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer se livrou mais uma vez de um processo de investigação. Com o apoio de menos da metade dos deputados — 251 votos favoráveis ao arquivamento, 233 contrários, 25 ausências e 2 abstenções —, o peemedebista se mantém no governo.
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Após vitória na Câmara, governo Temer prioriza reforma da PrevidênciaMaia diz que Reforma da Previdência precisa ser enxugada para ser aprovadaCâmara arquiva 2ª denúncia contra Temer; governo perde 12 votos ante 1ª denúnciaDeputado da tropa de choque de Temer comemora vitória com 'dancinha'Câmara barra segunda denúncia contra Temer feita pela PGR Bancada mineira dá 32 votos a favor de TemerTemer diz em vídeo que 'a verdade venceu' e que prioridade agora é o crescimentoTemer ainda é alvo de inquérito no STF e monitora novas delaçõesO número necessário para iniciar a votação foi atingido depois das 16h, após ameaça do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de encerrar a sessão. A partir daí, foram mais cinco horas de debates e votos nominais sobre relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Apesar da derrota, a oposição comemorou o placar com menos apoio a Temer e mais ausências.
Mesmo com a derrota, a oposição enxergou o placar como um reflexo de fraqueza. “Essa fragilidade deixa o governo refém de sua base fisiológica, que se alimenta deste vício”, analisa o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ). Já na visão de Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos líderes da base aliada na Casa, a sessão confirma a vitória de uma base aliada consciente. “Agora, Michel Temer vai continuar com tranquilidade a reconstrução do país”, disse.
A visão, contudo, não parecia estar no discurso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em entrevista ao fim da sessão, Maia afirmou que o momento é de reparação de danos.
Controvérsias
Antes do meio-dia, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), determinou que a Polícia Legislativa retirasse do corredor da taquigrafia um painel montado pela oposição com as fotos de cada parlamentar e o provável voto em plenário. A decisão foi considerada arbitrária por deputados que protestaram para evitar a retirada do objeto que, diante da resistência, permaneceu onde estava.