O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello, indicou o delegado Josélio Azevedo e a delegada Denisse Dias Ribeiro para auxiliar os deputados e senadores nos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS.
Josélio é o coordenador-geral de combate à corrupção da PF e foi chefe do grupo de inquéritos (GINQ) perante o Supremo Tribunal Federal. O GINQ, hoje vinculado à coordenadoria, atua em operações envolvendo políticos com foro privilegiado.
A designação dos dois delegados foi feita por Daiello em documento assinado no dia 17 de outubro, mas o ofício somente foi protocolado junto à CPMI nesta terça-feira, 24. Segundo a Coordenação de Comissões Especiais, Temporárias e Parlamentares de Inquérito (COCETI) do Senado Federal. Os parlamentares já podem consultar os policiais federais sobre documentos recebidos pelo colegiado ou ainda sobre os depoimentos colhidos na comissão.
O pedido para que a PF indicasse nomes para ajudar a CPMI partiu de requerimento apresentado pelo deputado Delegado Francischini (Solidariedade-PR), que também fez carreira na PF.
O coordenadoria de Josélio foi recentemente criada por Daiello para otimizar as investigações ao unificar o trabalho das diretorias de combate a crimes financeiros e de repressão a desvio de recursos públicos.
No GINQ, o delegado coordenava outros investigadores em todos inquéritos da Lava Jato envolvendo políticos. Entre elas, atou na operação Patmos, realizada com base na delação dos executivos do Grupo J&F.
A delegada Denisse Dias Ribeiro é chefe do Núcleo de inteligência Policial da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Na SR-DF são tocados os inquéritos das operações Sépsis, Greenfield, Bullish e Cui Bono?, todas com empresas do Grupo J&F como alvo.
Acúmulo
A nova atribuição não deve prejudicar, no entanto, os cargos acumulados pelos dois delegados na PF. "Indico os delegados de Polícia Federal Josélio Azevedo de Souza e Denisse Dias Rosas Ribeiro para assessorar os trabalhos técnicos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito denominada CPMJ-JBS, sem prejuízo de suas atividades na Polícia Federal, ressalto que a interlocução dessa CPMI com a PF poderá ser realizada diretamente por meio do chefe da assistência parlamentar da Polícia Federal em atuação no Congresso Nacional, delegado Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva", afirmou Daiello no ofício.
(Renan Truffi)