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Estado de Minas

Grupo invade universidade no Rio em defesa do regime militar

De acordo com os manifestantes, que se auto denominam de "os intervencionistas", não houve ditadura militar no Brasil. Para eles, o Brasil vivenciou entre 1964 e 1985 um "regime democrático militar"


postado em 27/10/2017 19:59 / atualizado em 27/10/2017 21:11


Uma ação combinada entre vinte pessoas interrompeu na tarde dessa quarta-feira (25)- mas o fato só foi divulgado nas redes sociais nesta sexta-feira (27)-, uma palestra da professora  titular em história, Teresa Toríbio Brittes Lemos, especialista em América Latina, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela participava do evento   sobre os 100 anos da Revolução Russa.

A iniciativa do grupo, auto denominados "os intervencionistas"s  foi gravada em vídeo, que começou a ser gravado na saída da estação do metro Maracanã. "Somos 20 patriotas", anunciou uma voz de um homem, não identificado.

A interrupção começou  quando  a ditadura militar no Brasil (1964/1985) foi mencionada pela professora. " A senhora é comunista. Opa, a gente não teve ditadura militar no Brasil. Aqui, a gente teve regime democrático militar que evitou a instalação da ditadura comunista , esse nicho aí que vocês defendem", reagiu um homem que não se identificou.O que veio a seguir foi um bate-boca.

Os organizadores  do evento reagiram aos manifestantes  por meio de nota.  A seguir "Consideramos graves os fatos, cujo objetivo é disseminar o ódio e a intolerância. Essas pessoas comportam-se como marginais, buscando, com métodos de intimidação, desencorajar iniciativas de debates ou reflexões sobre temas que talvez nem conheçam. O que ocorreu na UERJ no dia 25 de outubro, data marcante da Revolução de Outubro, é uma prova de que o totalitarismo bate à porta novamente", destaca um dos trechos da nota.

Os organizadores  também enfatizaram que manifestações desse tipo não poderiam ser permitidas "dentro da Universidade que é o espaço do debate e da construção do pensamento crítico e autônomo. Essa atitude é um exemplo do que significou o regime ditatorial, persecutório e covarde. Temos certeza de que há militares que não comungam das mesmas ideias e práticas dessa camarilha insana. As Forças Armadas não são homogêneas, tal como não é a sociedade. Tomaremos as providências necessárias para que essas práticas não se repitam e os indivíduos sejam devidamente responsabilizados. Continuaremos realizando debates e conferências com intuito de estudar e compreender melhor as questões mundiais, sob os mais diversos matizes conceituais. Recusamos qualquer tipo de censura à Universidade e ao pensamento crítico."


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