Ao encerrar na noite dessa segunda-feira, em evento na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, a caravana por Minas Gerais, onde percorreu 21 cidades desde a semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou as reformas aprovadas pelo presidente Michel Temer (PMDB) e não poupou críticas ao Congresso Nacional. Ele prometeu, caso eleito, fazer um referendo sobre as reformas trabalhistas e sobre o teto para gastos públicos implementados pelo governo Temer.
Lula citou os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart como exemplos de líderes que foram alvos da direita ao longo da história do país. “Toda vez que a direita resolveu usurpar o poder, a primeira coisa que faz é destruir moralmente seus adversários”, afirmou o petista. “Sou mais como o Juscelino. Sou paciente”, acrescentou.
Em campanha, Lula garantiu a mais de 5 mil pessoas (estimativa dos organizadores no inicio do evento) que foram ao centro da capital mineira que será eleito. “Vamos ganhar as eleições e convocar um referendo para revogar tudo que o presidente Temer está fazendo”, garantiu o petista, citando o congelamento de gastos públicos, a reforma trabalhista e a previdenciária, ainda em tramitação no Congresso. Ontem, uma nova pesquisa de intenção de voto coloca ele e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em segundo turno na disputa presidencial de 2018, com o petista liderando a corrida.
Em seu discurso na capital mineira, Lula lamentou as mudanças nas regras para leiloar campos de petróleo. Segundo o ex-presidente, a venda de áreas do pré-sal vão representar no futuro uma perda enorme para o povo brasileiro.
“Ando preocupado porque estão destruindo nosso país. Passamos anos trabalhando para fortalecer a indústria nacional. Investimos em pesquisa na Petrobras para tornar a empresa a segunda maior do mundo no setor. Quando descobrimos o pré-sal percebemos o potencial para o futuro do país. Dissemos em alto e bom som: o petróleo é nosso e nós vamos definir o preço que vamos vender”, afirmou Lula.
Ao lado do petista estiveram no palco a ex-presidente Dilma e o governador Fernando Pimentel (PT), que ouviu vaias e aplausos ao ser chamado para o palco. Depois, ao discursar, o governador criticou a gestão do PSDB à frente do governo de Minas: “Pegamos esse estado destruído depois de 12 anos de governo tucano. Gastaram R$ 2 bilhões para construir a Cidade Administrativa”, afirmou.
A ex-presidente Dilma, que vem sendo apontada como possível candidata ao Senado por Minas no ano que vem, também adotou um tom de ataque ao governo Temer, a quem chamou de “entreguista” e “ilegítimo”.