O PMDB quer continuar coligado com o PT em Minas, apesar da rejeição do atual presidente da legenda no estado, o vice-governador Antônio Andrade, rompido com o governador Fernando Pimentel (PT) desde o ano passado, à manutenção da aliança.
Receosos com a ameaça feita pelo comando nacional de vetar acordos regionais com os petistas, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes - cotado para ser o próximo candidato a vice de Pimentel, em uma provável disputa do governador pela reeleição – o secretário de Saúde, Sávio Souza Cruz, e parlamentares da bancada estadual e federal estiveram recentemente com o senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB, em Brasília, para pedir a continuidade da aliança.
Além do encontro, o PMDB também enviou essa semana um ofício ao comando nacional, assinado pela maioria das bancadas estadual e federal – a exceção foi o deputado federal Rodrigo Pacheco, que tem planos de disputar o governo de Minas - pedindo que a direção se manifeste formalmente a favor da manutenção da aliança.
A alegação é que as ameaças de rompimento estão provocando estabilidade no partido em Minas e debandada de filiados para outras legendas.
Na reunião e também por meio desse documento também foram feitas críticas a Antonio Andrade pela condução das ações do partido no estado. Uma das reclamações foi a indicação pelo vice-governador do nome de Weber Americano, ex-prefeito de Dionísio, região Central de Minas, para o comando da Fundação Ulysses Guimarães no estado.
A maioria da bancada chegou a enviar uma carta para o vice-governador pedindo a permanência no cargo de Ângelo Tadeu, ex-prefeito de Pedro Leopoldo, que comandava a fundação desde 2015. Também reclamaram da declaração de Andrade e Pacheco do apoio, em 2016, à eleição de João Leite (PSDB) para a Prefeitura de Belo Horizonte.
O tucano acabou derrotado no segundo turno por Alexandre Kalil (PHS). “Esse modo de agir foi reiterado reentemente quando o presidente da Executiva estadual, ignorando solicitação formal de quase a totalidade da mesma executiva, decidiu indicar, mais uma vez, unilateralmente, nome de sua escolha particular para a presidência da Fundação Ulysses Guimarães, em tudo atuando como se o partido e também a fundação fossem propriedade privada dele”, afirma um trecho do documento.
No documento, o partido também alega que a aliança com o PT em Minas aumentou o número de cadeiras do PMDB tanto na Assembleia quanto na Cãmara .
“Com a coligação com o PT, pudemos eleger deputados federais com 50 mil votos, quando em outras coligações sobraram suplentes com votação superior a 80 mil votos.
“Com os bons resultados obtidos especialmente em 2014, o PMDB de Minas deseja valer-se do privilégio de poder fazer novamente com liberdade as coligações que julgar acertadas. E no momento aquela que parece mais promissora é a que volta a colocar na mesa o nome do PT”, defende o documento.
Em nota, o vice-governador Antônio Andrade afirmou que sempre defende o que é melhor para o partido e, no momento, seria a candidatura própria. Ele disse ainda que tem trabalhado sempre respeitando todas as posições dentro da legenda.
"Porém, não é momento de antecipar uma decisão que será tomada no ano que vem durante as convenções estaduais por meio dos votos dos próprios delegados e dos representantes da militância. Serão eles que irão definir os rumos do partido. Até lá, temos de continuar em busca de consenso e construir uma trajetória política capaz de contribuir para o desenvolvimento de Minas Gerais e para a melhor gestão do Estado.".