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Estado de Minas

Ciro Gomes critica aliança do PT com PMDB de Renan Calheiros

Em visita a Belo Horizonte, o pré-candidato a presidente da República pelo PDT afirmou que impeachment de Dilma Rousseff não foi um golpe no PT, mas na Constituição


postado em 09/11/2017 16:23 / atualizado em 09/11/2017 16:27

Ciro Gomes lembrou que Renan Calheiros presidia o Senado na época do impeachment de Dilma Rousseff(foto: Edésio Fernandes/EM/D.A Press)
Ciro Gomes lembrou que Renan Calheiros presidia o Senado na época do impeachment de Dilma Rousseff (foto: Edésio Fernandes/EM/D.A Press)
 

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, criticou nesta quinta-feira a defesa que grande parte do PT tem feito de alianças com o PMDB, partido do presidente Michel Temer, e principal legenda a participar da articulação pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ciro, que esteve na Prefeitura de Belo Horizonte reunido com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), não é possível que o PT se alie novamente ao PMDB.


“Como é que a gente diz para o povo que houve um golpe e pratica a contradição de confraternizar com o chefe dos golpistas. Quem presidiu o Senado durante o golpe foi o Renan Calheiros (PMDB-AL) e agora o Lula esteve no Nordeste confraternizando com ele”, criticou o pré-candidato, que foi ministro durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante sua caravana pelo Nordeste Lula dividiu o palanque com Renan e seu filho, Renan Filho, governador de Alagoas.

Ciro disse que como candidato não se alia a partidos que foram a favor do afastamento de Dilma não atingiu o PT e sim a Constituição e o povo brasileiro.

"Não é possível a quem tem essa fidelidade ao povo dourar a pílula. Só porque é candidato vai repetir a mesma lógica do passado? Vamos supor que o Lula seja eleito: o Renan Calheiros vai ser ministro? O Romero Jucá vai ser o líder de governo novamente? O Fernando Meirelles vai continuar Ministro da Fazenda?", criticou o ex-ministro, referindo-se ao atual ministro da Fazenda do governo Temer, que foi presidente do Banco Central durante o governo Lula e chegou a ser cotado para ocupar a pasta da Fazenda durante a gestão de Dilma.

Segundo ele, Lula foi o grande responsável por ter feito a aliança que botou Michel Temer na vice-presidência e na linha sucessória da Presidência. “Foi também o grande responsável por ter empoderado Eduardo Cunha em Furnas de onde ele roubou montanha de dinheiro. O Lula sabia. Eu avisei pelo menos cem vezes que o Cunha era corrupto e com o dinheiro de Furnas ia assaltar o poder. Lula nomeou Geddel Vieira Lima para o lugar que eu ocupei, o Ministério da Integração Nacional, aquele de R$ 51 milhões em malas de dinheiro, e foi vice-presidente da Caixa Econômica Federal no governo Dilma.

Apesar das críticas ao ex-presidente, Ciro disse acreditar que Lula não seja condenado em instâncias superiores – ele já foi condenada a nove anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro, sob alegação de receber propinas da OAS Engenharia. O pré-candidato disse que leu toda a sentença do juiz é que não há nenhuma prova que justifique a sentença. Para ele, Lula não será candidato a presidente não por causa de prováveis condenações, mas por opção dele e do partido.

Ciro Gomes também ironizou uma possível candidatura do apresentador de TV Luciano Huck à presidência da República. "Tentaram lançar o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), já estão se decepcionando e vão tentar lançar o Huck. Logo mais, pode ser que o meu amigo Faustão possa ser considerado - é muito justo com o Faustão. A Ana Maria Braga pode ser também. Não nos esquecemos do Ratinho e do Datena, que admiro bastante", afirmou.


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