Centenas de mulheres se reuniram no fim da tarde desta segunda-feira no Centro de Belo Horizonte contra a decisão de comissão especial da Câmara dos Deputados, que deu parecer favorável à proibição do aborto no país sem ressalvas para qualquer tipo de justificativa, entre elas estupro, risco à vida da mulher e bebês com má formação do cérebro. Para entrar em vigor, a medida depende de aprovação do plenário da Casa e, ainda, do Senado.
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Mulher é estuprada durante gravação do programa 'Show da Virada' em BH Polícia indicia por estupro homem que matou jovem após carona em FrutalDecisão do STF que descriminaliza aborto divide opiniões Mulher acusada de fazer mais de 100 abortos é presa pela políciaMulheres protestam contra a PEC 181 em BHPara a engenheira de produção e mestranda na UFMG, Carina Castro, 24, os homens também deveriam se envolver no protesto. "Eu vejo aqui, na manifestação, muitas mulheres engajadas. Mas os homens também precisam estar junto. Não é porque você não é mulher que não pode lutar pelo direito delas", disse Carina.
A manifestação, que acontece em pelo menos outras 20 cidades do país, foi marcada pelas redes sociais que contam com mais de 8 mil pessoas confirmadas para comparecer ao ato na capital mineira. “Convocamos com urgência todas as mulheres e demais apoiadores, movimentos, grupos e coletivos para encher as ruas do país contra essa violação profunda e medieval aos nossos direitos”, descreve o texto no evento postado Facebook.
Polêmica
A comissão especial, que foi criada para discutir a ampliação da licença-maternidade para os casos de mães de bebês prematuros, aprovou, por 18 votos a 1, o texto apresentado pelo relator, deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), para as propostas de emenda à Constituição (PECs) 181/2015 e 58/2011 que tratam do tema.
A divergência surgiu depois que o relator emitiu parecer favorável à extensão da licença-maternidade, mas acrescentou a mudança polêmica no texto. O relator sugere que os direitos constitucionais da dignidade da pessoa humana, da inviolabilidade da vida e igualdade de todos perante a lei devem ser considerados “desde a concepção”.
A inclusão da expressão no texto foi interpretada por partidos oposicionistas como uma manobra das bancadas evangélica e católica para reforçar a proibição ao aborto no país. (Com informações de Iracema Amaral e Agência Estado)
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz
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