O megaempresário Jacob Barata Filho voltou a ser alvo, neste terça-feira, da Polícia Federal para cumprimento de mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ele e outras nove pessoas, entre empresários e políticos, são suspeitos de desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Em agosto deste ano, Jacob, conhecido também como "o rei do ôinbus", foi solto por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, após ser preso no início de julho no Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, na Operação Ponto Final.
Desdobramento da Operação Lava Jato, a Ponto Final investiga um suposto esquema de pagamento de propina a políticos e de fraudes em contratos do governo do Rio de Janeiro com empresas de transporte público.
Neste terça-feira, Jacob volta a ser investigado sob suspeição de participação no mesmo esquema de corrupção. Dessa vez, a operação batizada de Operação Cadeia Velha cumpre seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, além 35 mandados de busca e apreensão.
A defesa de Jacob não quis se manifestar sobre a operação desta terça-feira. os advogados de Jacob alegam que teve acesso ao teor da decisão que originou a operação de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito.
A defesa pedirá o restabelecimento das medidas que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas desde então.
Megaempresário
Jacob Barata Filho é dono de um conglomerado de empresas no Rio e em outros estados com mais de 4.000 veículos. Herdou o negócio de seu pai, que atuava no ramo desde os anos 1960. Os negócios da família incluem também operadores de turismo, entre outras empresas, e se estendem por Portugal.
Suspeição
O ministro do STF, Gilmar Mendes, teve a atuação no caso questionada pelo MPF-RJ, que alega que o ministro foi padrinho de casamento da filha do empresário. Diz ainda que um advogado de Gilmar Mendes também é advogado de Barata Filho.
Os procuradores alegam ainda que Jacob Barata Filho é sócio do cunhado de Gilmar Mendes em uma empresa de ônibus, e que a mulher do ministro trabalha no escritório de advocacia que atua no processo que envolve os empresários.