O presidente Michel Temer (PMDB) disse em Itu nesta quarta-feira, 15, dia em que se comemora a Proclamação da República, que o brasileiro tem tendência para o autoritarismo. "Se não prestigiarmos certos princípios constitucionais, nossa tendência é caminhar para o autoritarismo. Nós brasileiros temos tendência para a centralização", afirmou.
Ele lembrou que, após a República, o País viveu longos períodos de conflitos que resultaram numa concentração de poderes, referindo-se à ditadura de Getúlio Vargas e à tomada do poder pelos militares em 1964. "Temos de governar com espírito de abertura, fazendo harmonia entre os Poderes, com diálogo e respeito ao Legislativo e Judiciário, em diálogo com a sociedade."
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Em rápida passagem por Itu, Temer contou com segurança de 150 oficiaisGoverno tem colaboração extraordinária do Congresso para recuperar País,diz TemerEmpurrar a responsabilidade da Previdência para o Congresso não ajuda, diz MaiaO presidente foi ao interior entregar o título de cidadão ituano ao empresário e amigo José Eduardo Bandeira de Mello, de 78 anos, seu ex-sócio num escritório de advocacia na década de 1960.
O presidente lembrou sua ligação com a cidade. Além de ser natural de Tietê, cidade vizinha, Temer foi professor e diretor da Faculdade de Direito de Itu (Faditu). "A vinda para cá revela aspecto familiar, sou aqui da região e me sinto em casa. Itu deixou sua marca na história do movimento republicano."
Itu é conhecida como "berço da República" por ter sediado, em abril de 1873, uma reunião de personalidades paulistas com ideais republicanos, entre elas Prudente de Moraes, que viria a ser o primeiro civil a assumir a Presidência. O evento ficou conhecido como Convenção Republicana de Itu.
Protesto
Um enorme aparato foi mobilizado para a rápida passagem do presidente pela cidade do interior. Cerca de 150 homens do Exército foram destacados para proteger o trajeto de 300 metros entre o quartel e a prefeitura.
Viaturas da Guarda Municipal e da Polícia Militar bloquearam as ruas do entorno da prefeitura. Mesmo assim, um grupo de 20 pessoas ligadas ao PSOL e ao Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região fez muito barulho do lado de fora, com faixas, aos gritos de "fora Temer" e contra a reforma da Previdência.
O grupo foi parado numa barreira policial.
O presidente deixou o local pouco antes do meio-dia, sem falar com a imprensa. O ministro Imbassahy, que pode deixar a pasta com o desembarque do PSDB do governo, iniciado com a saída do agora ex-ministro das Cidades Bruno Araújo também se esquivou dos jornalistas.
(José Maria Tomazela).