Jornal Estado de Minas

Deputados do Rio decidem soltar presidente da Assembleia e outros dois deputados

Por 39 votos favorávei, 19 contrários e uma abstenção, os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiram soltar o presidente da Casa, Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, atualmente na liderança do governo. Os parlamentares seguiram a recomendação de revogar as prisões dos parlamentares feita anteriormente pela Comissão e Constituição e Justiça (CCJ).


Eles foram detidos na quinta-feira, durante a Operação Cadeia Velha, acusados dos crimes de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.


A operação que investiga os deputados peemedebistas do Rio de Janeiro foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira, e é um desdobramento da Operação Lava-Jato. Além do presidente da Alerj, Jorge Picciani, também são alvos da PF os filhos do parlamentar e um dos maiores empresários do setor do transporte público do Rio, Jacob Barata Filho.
 
De acordo com as investigações, o esquema criminoso mantido por servidores, políticos e órgãos fiscalizadores, entre outros agentes, teria movimentado cerca de R$ 260 milhões. Só o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) teria recebido R$ 122,8 milhões em propina entre 2010 e 2016 – ele deixou o cargo em 2014.

Segundo a Polícia Federal, a investigação aponta a existência de clara atuação legislativa desses parlamentares em favor dos interesses da Fetranspor, indicando também uma grande evolução patrimonial dos envolvidos desde que ingressaram na atividade política; e incompatível com os rendimentos inerentes aos cargos ocupados. A Receita Federal também auxiliou nas investigações.

A família Picciani foi um dos alvos do acordo de leniência da Carioca Engenharia em abril do ano passado.

A matemática Tania Maria Silva Fontenelle, ligada à empreiteira, afirmou que comprou vacas superfaturadas da empresa Agrobilara Comércio e Participações Ltda para "gerar dinheiro em espécie" para a empreiteira. A Agrobilara pertence à família Picciani.

"Agrobilara Comércio e Participações LTDA, mediante a compra, por empresa do grupo da Carioca Engenharia, de animais bovinos com preços superavaliados; que os animais (vacas) foram efetivamente entregues, porém parte do valor pago foi devolvida em espécie à Carioca Engenharia", afirmou Tania.

A executiva ligada à Carioca afirmou que "simplesmente atendia as solicitações de obter dinheiro em espécie e entregava a quem fazia a solicitação ou a pessoas da empresa por eles indicadas".

"Obviamente sabia que a destinação dessas quantias era ilícita, para corrupção ou para doação eleitoral não-declarada; que, entretanto, não manteve contabilidade ou controle disso, pois estava há muitos anos na empresa, tinha a confiança dos acionistas e eram recursos não oficiais que normalmente entregava aos solicitantes", declarou.

Com agência Estado

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