Algo impensável hoje, diante da aprovação de apenas 3% perante a opinião pública, o presidente Michel Temer e seus estrategistas políticos trabalham para que o peemedebista não seja um mero figurante na corrida presidencial de 2018. Todas as apostas são de que a economia seguirá em um ritmo de crescimento constante – as previsões são de que o país vai avançar próximo de 1% este ano e algo em torno de 3% no ano que vem. A equipe econômica espera baixar para um dígito a taxa de desemprego no país, hoje situada em 12,4%, com 13 milhões de pessoas sem trabalho. A inflação está abaixo dos 3% e os juros em queda. “O Natal será o melhor dos últimos anos e o próximo ano vai reforçar essa percepção”, acredita um aliado próximo de Temer.
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Alexandre Baldy deve ser novo ministro das Cidades'Povo não tem que pagar Imposto de Renda sobre salário', diz LulaGeddel 'colocou dinheiro' em empreendimentos imobiliáriosEx-assessor guardava dinheiro em closet da mãe de GeddelTemer se reúne com Maia, cotado para Ministério das Cidades e aliados PMDB de Minas sugere a Temer deputado Mauro Lopes para Secretaria de GovernoSTF retoma este mês julgamento que pode restringir foro privilegiadoEsse mesmo aliado, contudo, é cuidadoso e freia os ímpetos de alguns mais entusiasmados, que acham, inclusive, ser possível que o próprio Temer venha a concorrer à reeleição. Antes da delação da JBS, ministros do círculo próximo do presidente, como o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o titular da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, defendiam que o presidente buscasse conquistar nas urnas o cargo que lhe havia sido dado pelo Congresso após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Esse cenário, hoje, é pouco provável.
Avaliação Para especialistas, uma presença marcante de Temer nas eleições ainda é algo utópico. “O Brasil não tem tradição de os presidentes elegerem seus sucessores”, lembrou o professor de história contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) Antônio José Barbosa. Ele declarou que Juscelino Kubitschek, José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique não conseguiram eleger aliados para sucedê-los. “A única exceção foi a experiência lulo-petista”, pontuou ele.
O professor emérito de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Saboia lembra também o processo de distanciamento do PSDB, que tende a ter candidato próprio, como um dos elementos que poderiam enfraquecer um voo próprio do PMDB e até mesmo do presidente Temer.
Temer, no momento, está mais preocupado com duas coisas que poderão impactar o cenário eleitoral do ano que vem. A aprovação da reforma da Previdência, com a possibilidade de uma economia de R$ 400 bilhões em 10 anos, e o redesenho dos espaços das legendas atuais na Esplanada. Esta última vai e vém a uma velocidade impressionante. No início da semana, com o pedido de demissão feito pelo tucano Bruno Araújo, titular do Ministério das Cidades, a expectativa era de que Temer antecipasse o desembarque dos 17 ministros — Bruno seria o 18º — que vão concorrer às eleições do ano que vem.
A semana, com um feriado encravado no meio, chegou ao fim com a quase certeza de que as mudanças serão pontuais, restritas às quatro pastas do PSDB: além de Cidades, o partido comanda Direitos Humanos, Relações Exteriores e Secretaria de Governo. “Precisamos ter em mente que o que importa, no fundo, é a reforma da Previdência. Como o PSDB vai se comportar após 9 de dezembro (dia da Convenção)? O PSD, que teve deserções na segunda denúncia contra o presidente, vai se reagrupar em torno do ministro Gilberto Kassab e votará conosco na reforma da Previdência?”, questionou um assessor palaciano.
Os aliados ainda estão à espera de um posicionamento. “Eu nunca disse que o governo deveria fazer uma reforma ministerial.