Os vereadores aprovaram em segundo turno, nesta segunda-feira, o Projeto de Lei 378/2017, de autoria do Executivo, que trata de reajuste e mudanças na carreira dos servidores municipais. O texto que traz o novo vencimento 2,53% maior foi aprovado por unanimidade - 39 votos -, entre os parlamentares.
Leia Mais
Servidores protestam na Câmara de BH contra mudanças em benefícios Câmara de BH vota hoje reajuste salarial de servidoresRetirada de recursos para programa de defesa da comunidade LGBT causa discussão na Câmara de BH Kalil sanciona, sem vetos, reajuste e mudanças no estatuto dos servidores TJMG julga ação que pode exonerar 12 mil servidores em MinasA sessão de hoje foi bastante tumultuada com protestos dos servidores que estavam nas galerias do plenário, ameaça de obstrução por parte da bancada da esquerda e bate-boca entre os vereadores. De acordo com o líder de governo na Câmara, vereador Léo Burguês (PSL), o prefeito Alexandre Kalil (PHS) herdou uma dívida de R$ 180 milhões de férias prêmio não pagas e muitos servidores não estavam conseguindo desfrutar do benefício e nem receber.
“O projeto de lei veio aqui para a Câmara com a ideia de cortar o recebimento em espécie de todos os servidores, assim como aconteceu no estado em 2003, no caso, e ainda acabou com o quinquênio. Férias prêmio e quinquênios no governo federal acabaram na década de 90. Aqui nós mantivemos todos os benefícios, Lacom, férias prêmio e quinquênios, apenas regulamentamos eles de maneira diferente”, afirmou.
Já segundo o vereador Pedro Patrus (PT), um dos que votaram contra a emenda que altera o estatuto dos servidores, a Casa se curvou aos interesses do Executivo e “retirou direitos” dos trabalhadores.
“Trabalhadores e servidores perderam direitos. Foi isso que aconteceu nessa votação e foi isso que a base de governo fez com o servidor. Mas uma vez essa Casa se ajoelha e abaixa a cabeça ao Poder Executivo e não demonstrando, de forma alguma, a sua independência”, afirmou, classificando como “lamentável” a postura dos colegas.
Alterações
As principais alterações do texto aprovado hoje em relação ao estatuto serão as seguintes, caso seja sancionado na íntegra pelo prefeito Alexandre Kalil. O servidor poderá contar o tempo de serviço exercido apenas em Belo Horizonte, anteriormente a contabilização era em qualquer estado, município ou na União.
O acompanhamento de parente com doença passa a ser apenas para familiares de 1º grau, antes podia ser de qualquer grau.
A prefeitura de Belo Horizonte ainda passa a ter prazo de cinco anos para conceder as férias prêmio e 90 dias para pagar em dinheiro, caso o servidor não tenha o benefício concedido dentro do prazo ou por doença grave.
O novo texto, que inclui o pagamento do piso nacional para o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e o Agente de Combate a Endemias I e II (ACE) e o aumento do adicional de periculosidade da Guarda Municipal de 30% para 40%.
Tumulto
Mais cedo houve tumulto nas galerias da Casa. Segundo os sindicalistas, guardas municipais teriam tentado impedir os manifestantes de acessarem as galerias.
Já a assessoria da Casa, afirmou que a confusão ocorreu por que alguns dos que protestavam tentaram forçar a entrada no local reservado aos espectadores, que já estava lotado. .