Jornal Estado de Minas

Dallagnol diz que 2018 será o ano da "batalha final" da Lava-Jato


O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou nesta segunda-feira que 2018 será o ano da "batalha final" da Operação Lava-Jato porque as próximas eleições determinarão o futuro da luta contra a corrupção no país.

Dallagnol lembrou que a escolha de deputados federais e senadores levará ao Congresso aqueles que aprovarão medidas que permitam o combate à corrupção. Por isso, a sociedade precisa avaliar cuidadosamente os candidatos, disse.

“A eleição de deputados federais e senadores é que determinará se existirão retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam fazer o país mais justo e com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade”, afirmou.

No próximo ano, além de senadores e deputados federais, estaduais e distritais, serão eleitos o presidente da República e os governadores dos estados.

Dallagnol deu a declaração em entrevista coletiva ao lado dos procuradores Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP); José Augusto Vagos e Eduardo El Hage, do MPF- no Rio; e Carlos Fernando dos Santos Lima, do MPF no Paraná.

Todos integram forças-tarefa da Lava-Jato nos três municípios e participaram, nesta segunda-feira, na capital fluminense, de uma reunião para troca de experiências.

“O Rio de Janeiro foi escolhido porque é o lugar hoje em que mais se expandem as investigações da Lava Jato e porque, na vez anterior, quando os colegas foram a Curitiba, colheram experiência curitibana. Hoje estamos no Rio de Janeiro para colher experiência, carioca, fluminense”, explicou Dallagnol.

Ele ressaltou que foi importante o encontro ter ocorrido depois da liberação, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi da prisão, sem autorização da Justiça.

Posteriormente, em nova decisão judicial, os três parlamentares voltaram à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio.

"É importante que nos posicionemos contra esse tipo de manobra, que é apenas uma amostra do que pode estar por vir do Congresso Nacional, no tocante à proteção da classe política contra a investigação de indivíduos contra os quais pesam fortes evidências de corrupção.”

Segundo Eduardo El Hage, a reunião desta segunda-feira serviu para promover a integração das atividades do MPF no âmbito da Operação Lava-Jato.

Sobre o estágio das investigações no Rio de Janeiro, El Hage lembrou declarações do procurador Leonardo Cardoso de Freitas, segundo o qual a apuração do alcance das operações da organização que seria comandada no Rio pelo ex-governador Sérgio Cabral, é "um oceano ainda não completamente mapeado”.
“ crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa aqui no Rio”, acrescentou.

Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que não se deve pensar na Lava-Jato como uma investigação de Curitiba, e sim como uma apuração nacional. Ele lembrou que os trabalhos ainda têm poucos meses em São Paulo, mas, em Curitiba, estão em sua maturidade.

“Na sua maturidade, um homem e uma mulher atingem seus melhores objetivos e suas melhores conquistas. Então, ainda há muito a se conquistar em Curitiba efetivamente”, enfatizou.

Carta do Rio


No fim do encontro, os integrantes de forças-tarefa da Lava Jato em Curitiba, São Paulo e no Rio de Janeiro divulgaram a Carta do Rio de Janeiro, documento no qual afirmam que, desde 2014, a operação vem revelando que a corrupção no Brasil “está bastante disseminada no modo de funcionamento do sistema político nas esferas federal, estadual e municipal".

 Com Agência Brasil .