Brasília, 27 - A provável candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para a presidência do PSDB agradou os cabeças-pretas, parlamentares que defendem o desembarque tucano do governo Michel Temer. Conhecidos por apoiarem o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o grupo elogiou a decisão do cearense de abdicar da disputa interna em prol do governador de São Paulo.
Além de Tasso, o governador de Goiás, Marconi Perillo, seguiu o mesmo caminho e anunciou que estava se retirando da briga pela presidência nacional do PSDB, que será definida na convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 9, em Brasília. "É um gesto bacana dos dois de retirarem a candidatura. Eu espero que este gesto nos ensine a corrigir nossos erros e a buscar um caminho mais conectado com o cidadão", afirmou o deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), que integra a bancada paulista do PSDB na Câmara dos Deputados.
"Ele Alckmin tem uma enorme capacidade de ouvir, ele é bastante tolerante. Eu acho que ele vai entender o que aconteceu nos últimos meses e usar isso a ajudar o PSDB a se reposicionar para o ano que vem", complementou o deputado. Outro cabeça-preta, o deputado Rocha (PSDB-AC) também elogiou o desfecho, mas aproveitou para criticar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado do partido e pivô da crise interna dos tucanos.
"Se tem alguém que sai perdendo nessa história é o Aécio Neves, PSDB-MG. O Tasso só foi candidato por um pedido nosso, diante da resistência de Alckmin de aceitar a presidência. Mas sempre ficou claro que se o Alckmin quisesse, ele seria o candidato. Foi a melhor solução porque consegue juntar os dois lados", explicou Rocha. Tasso e Perillo se reunirão hoje com o governador paulista, em São Paulo. A expectativa é de que, após o encontro, seja anunciada uma chapa única para a executiva do PSDB.
(Renan Truffi e Pedro Venceslau)