São Paulo - Em resposta ao recurso de Janaina Paschoal por sua reprovação no concurso de titularidade, professores da banca da Faculdade de Direito alegam que sua atuação no impeachment de Dilma Rousseff não tem valor para uma avaliação acadêmica. Na petição, os examinadores afirmam ainda que ela está "inconformada por não ter sido dado destaque ao seu papel no impeachment".
Reprovada no concurso em setembro, a autora do pedido de impeachment entrou com um recurso que será analisado nesta quinta-feira, 30, na Congregação da faculdade.
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Reprovada, Janaina Paschoal vê perseguição na USP'Estou mais madura e tolerante', afirma Janaina PaschoalJanaina Paschoal diz que 'Rússia está a um passo de atacar o Brasil'PT gaúcho fecha chapa para o governo e o Senado sem DilmaMais além, o documento diz: "Nota-se, contudo, que atuações em relação ao impeachment ou à questão da luta pelo povo da Venezuela não se mostram, segundo o entendimento dos subscritos, aptos para avaliação para fins universitários."
Professora na instituição desde 2003, ela concorreu com três docentes para duas vagas de titularidade, e foi a última colocada. Em outubro, Janaina disse ao jornal O Estado de S. Paulo ver perseguição dentro da faculdade. O seu recurso pede que a instituição corrija as notas de seus memoriais e que instale uma comissão para apurar o que chamou de "falta de originalidade" na tese de Alamiro Velloso, primeiro colocado.
"Não é que eu queria que destacassem minha participação no impeachment. O que eu não acho justo é que, por não gostarem das minhas ideais, eles desmereçam todo o meu trabalho e escrevam em um parecer, que é um documento público, que eu não presto serviços à comunidade", afirmou a professora.
Tese
Apesar dos pedidos de retratação do memorial, o principal motivo da reprovação de Janaina, em que obteve as notas mais baixas, foi a sua tese - Direito Penal e Religião: as várias interfaces de dois temas que aparentam ser estanques. Na petição, os professores a classificaram como de "lamentável profundidade".
A Congregação votará nesta quinta o parecer do relator, professor Flávio Yarshell.
Pedalada
O órgão também vai analisar hoje o caso do professor José Maurício Conti, um dos especialistas em Direito Financeiro responsáveis por apontar crime de responsabilidade de Dilma Rousseff nas pedaladas fiscais durante o impeachment. Ele foi reprovado em concurso de titularidade do Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário no fim de outubro, após ter contestado e judicializado a banca examinadora. .