São Paulo - A Polícia Civil de Goiás informou em relatório da Operação Porta Fechada que vai pedir autorização ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-GO) para investigar o prefeito de Urutaí, Dr. Ailton (PR).
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PGR denuncia deputada relatora da reforma política por compra de votosCunha diz que compra de seu silêncio foi 'forjada' para derrubar TemerDuas cidades de Minas realizam eleições para prefeito neste domingo"O cônjuge da candidata Bianca Soares de Oliveira e Oliveira, Ailton Martins de Oliveira, por ocupar o cargo de prefeito, detentor de foro privilegiado, não foi indiciado.Em virtude disso, oficiaremos o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás solicitando autorização para instauração de inquérito policial a fim de apurar a sua responsabilidade criminal”, registrou a Polícia.
De acordo com o documento, a mulher do prefeito também confessou que Dr. Ailton "comprou a vaga no concurso". Por um desentendimento, no entanto, ela "deixou de participar do esquema e não foi aprovada, apesar de parte do pagamento ter se consumado através da emissão de dois cheques".
À Polícia, afirma o relatório, o prefeito apontou que um vendedor de vagas "lhe ofereceu a vaga no concurso de Delegado de Polícia pelo valor de R$ 250 mil, sendo que a metade desse valor deveria ser paga antes da prova e o restante após a aprovação". Dr Ailton, diz a Polícia, deu dois cheques, um no valor de R$ 75 mil e outro de R$ 50 mil.
"Ocorre que Gabriel (indiciado por venda de vaga) solicitou a Ailton e Bianca que se encontrassem com a pessoa de Ronaldo no dia da prova objetiva para receber informações sobre a fraude. Na oportunidade, Ailton e Bianca se deslocaram até uma lanchonete em Goiânia, onde conheceram a pessoa de Ronaldo. Durante o encontro, Ronaldo disse à candidata Bianca para preencher apenas dez questões na folha de respostas e, em seguida, passou a exigir a emissão de outro cheque como garantia do restante do pagamento", afirma o relatório.
"Como tal exigência não estava previamente acordada, houve um desacordo entre as partes, motivo pelo qual Bianca não foi inserida na fraude e nem aprovada.
O relatório aponta que o prefeito declarou que, após a não aprovação de sua mulher, o vendedor de vagas "lhe ofereceu uma casa em garantia à restituição do valor pago". Segundo a Polícia, o imóvel foi identificado. Os proprietários foram intimados e, de acordo com o documento, confessaram deram o bem a um vendedora de vagas "em pagamento à aprovação no Enem do seu filho" em 2016.
'Só coisas boas'
O secretário de Comunicação de Urutaí, que se identifica pelo nome de Anicelson, informou que não poderia passar o telefone e nem o e-mail do prefeito. Disse ainda que não caberia à sua "alçada" pedir um posicionamento sobre o caso ao prefeito.
"Eu só levo ao ar, à parte de Comunicação, só coisas boas. Eu não sei o que ele fez, o que que ele ia fazer, né? Isso é só com ele mesmo", afirmou o secretário municipal. "Isso é só com ele, isso é sigilo", insistiu.
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