São Paulo – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), voltou a afirma nessa quinta-feira (30) que o governo segue sem os 308 votos suficientes para aprovar a proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência e, por isso, a matéria ainda não tem data para ser colocada em à votação.
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Justiça manda suspender campanha publicitária sobre reforma da PrevidênciaTemer vai se reunir com ministros para contabilizar aliados na Reforma da PrevidênciaTemer reúne tropa de choque para aprovar reforma da PrevidênciaGoverno quer votar reforma da Previdência semana que vemA intenção do governo é aprovar a propostas em dois turnos na Câmara até 20 de dezembro, deixando a votação no Senado para o ano que vem.
“Não estou sendo pessimista com a reforma da Previdência, estou sendo realista. Trabalho 24 horas por dia nesse tema”, comentou o presidente da Câmara.
“Muitos deputados e amigos me falam que esse tema é polêmico, difícil e que eu deveria sair desse tema. Não vou sair porque a Previdência vai garantir o futuro de muitas crianças no país”, acrescentou.
Maia ponderou que ainda tem esperança de que conseguirá reverter a percepção dos colegas de que o apoio à reforma da Previdência vai tirar votos nas eleições do ano que vem.
Sobre as mudanças nas regras de transição para o funcionalismo público cobradas pelo PSDB, Maia considerou o assunto “resolvido” e indicou não haver mais espaço para novas concessões sem ter como contrapartida a garantia de votos.
Tucanos defendem que servidores que ingressaram no funcionalismo antes de 2003 tenham direito à aposentadoria com o último salário da carreira, mas Maia adiantou que, num momento em que o PSDB discute o desembarque do governo, não pode pedir a mudança ao relator Arthur Maia (PPS-BA) se a alteração não vai garantir votos.
“É melhor não mexer. Para que mudar a reforma, se essa mudança não vai agregar votos?”, questionou o presidente da Câmara. “Quem pede a mudança não pode pedi-la e depois não ajudar”, avisou o democrata.
Nas contas de Maia, as flexibilizações feitas no texto já reduziram para R$ 400 bilhões em 10 anos a economia gerada pela reforma – ou seja, metade dos R$ 800 bilhões que o governo pretendia economizar com a proposta original encaminhada à Câmara.
“Menos do que isso, estaremos prejudicando as pessoas que ganham menos e as crianças. A distorção da Previdência tira todo ano do orçamento R$ 60 bilhões”, observou.
CENTRAIS O parlamentar admitiu que a votação da medida provisória do Repetro na quarta-feira indicou dificuldade na aprovação da proposta de emenda constitucional que muda as regras das aposentadorias, dependente do apoio de pelo menos 308 deputados.
Ele avaliou que o resultado da votação do texto-base da MP – aprovado por 208 votos, contra 184 contrários – expôs a falta de articulação da base aliada ao tratar uma matéria bem menos polêmica.
Rodrigo Maia se reuniu com sindicalistas na quarta-feira e ouviu pedido para que a votação da reforma seja adiada para o ano que vem.
Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, um dos participantes da reunião, Rodrigo Maia disse que só se posicionaria ontem sobre o adiamento da votação após conversar com os líderes partidários e sentir a disposição deles quanto à votação da reforma da Previdência. Maia, entretanto, pretende votar ainda este ano.
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