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Estado de Minas

Retirada de recursos para programa de defesa da comunidade LGBT causa discussão na Câmara de BH

Parlamentares da bancada evangélica conseguiram retirar do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para os próximos quatro anos da capital, valores a serem usados para políticas destinadas à essa comunidade


postado em 05/12/2017 16:51 / atualizado em 05/12/2017 18:49

(foto: Abraão Bruck - CMBH)
(foto: Abraão Bruck - CMBH)

Há poucas sessões de encerrar o ano legislativo, os ânimos têm ficado bastante agitados na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Além das discussões que envolvem as ações do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o quadriênio 2018-2021, aprovado ontem, os parlamentares tem tratado de questões relacionados a destinação de recursos para políticas para a comunidade LGBTQ previstos no plano.

Na sessão desta terça-feira, a troca de farpas se seguiu antes da Lei do Orçamento Anual (LOA 2018).

Na sessão de hoje, durante o pinga-fogo – tempo destinado a discussão de ideias e pronunciamento dos parlamentares antes da votação dos projetos -, os vereadores dos partidos da bancada progressista da Casa votaram a lamentar a reprovação da emenda que destinava recursos para a Operacionalização do Centro de Referência LGBT da capital, de autoria do vereador Pedro Patrus (PT).

E também a mudança na redação da emenda 37 de autoria de Fernando Borja (Avante), que retirou a palavra “diversidade” do programa 167 do PPAG, que trata das políticas educacionais da capital.

Emocionada, a vereadora Cida Falabela (PSOL) afirmou que momentos como esses em que a políticas voltadas para minorias, como a comunidade LGBTQ, são suprimidas causam nela tristeza. “A bancada evangélica, que se intitula cristã, exclui a noção de família que eu tenho. A minha visão, no entanto, inclui a de vocês, mas a de vocês será que inclui a minha?”, afirmou.

Antes dela, a vereadora Áurea Carolina (PSOL) também se manifestou sobre o assunto e classificou as mudanças aprovadas ontem como “retrocesso”.

Em seu perfil na rede social, Carolina classificou a forma como foram votadas as emendas como manobra. “Um ataque à vida das pessoas LGBTIQ, das mulheres e de todas que não se enquadram numa ideia odiosa sobre o que é moralidade. Não passarão! Seguiremos em luta pelos direitos, pela vida de todas e todos”, postou.

Os vereadores Pedro Patrus e Arnaldo Godoy, ambos do PT, também marcaram seus posicionamentos contrários. Com criticas direcionadas principalmente aos vereadores Jair di Gregório (PP) e Fernando Borja (Avante) - líderes da bancada evangélica e articuladores das mudanças no texto do PPAG -, os petistas disseram que a postura deles é incoerente já que afirmam não ter nada contra a comunidade LGBT, mas direcionam seus esforços para barrar qualquer destinação de recursos para políticas para essa comunidade.

"Merreca de gente"


Em sua defesa, Jair afirmou que “não tem nada contra”, mas “não aceita esse entendimento de família”. E mais: disse ainda que encabeçará ações para barrar políticas que promovam debate sobre diversidade nas escolas da capital.

“Vamos aproveitar para aprovar o projeto da escola sem partido, sim, a infância sem pornografia, sim, e não é uma minoria, merreca de gente, que vai mandar”, afirmou.

Na mesma linha de Gregório, Borja declarou que tem respeito pela comunidade LGBT, mas não aceita que sejam destinados recursos para esse fim, caso da operacionalização do Centro de Referência LGBT.


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