Os trabalhos da Comissão da Verdade em Minas Gerais (Covemg) foram prorrogados na última sexta-feira pelo governador Fernando Pimentel (PT). O aumento no prazo para conclusão dos trabalhos foi publicado no Diário Oficial do Estado para o dia 07 de fevereiro de 2018.
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Nem a Comissão da Verdade teve acesso a arquivos do Tribunal MilitarComissão da Verdade completa dois anos sem puniçõesComissão da Verdade identifica vítimas em São PauloGraças aos que lutaram que autoritários podem ter democracia, diz Pimentel ao receber relatório da Comissão da VerdadeApesar do prazo estendido, os trabalhos de apuração da comissão já foram finalizados e serão apresentados na próxima quarta-feira à sociedade. Sendo a nova data apenas para permitir que trabalhos de disponibilização de conteúdo na internet e questões internas sejam concluídas.
A data, 13 de dezembro, é a mesma em que completam 49 anos do Ato Institucional número 5 (AL-5), considerado um dos mais violentos do período. Ao todo, o documento que relata as arbitrariedades cometidas e apuradas pela Covemg terá 1.600 páginas e apresentará, segundo os coordenadores, fatos inéditos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988.
Ao todo, foram ouvidas 222 pessoas e o relatório será dividido em cinco volumes.
A Comissão da Verdade em Minas Gerais foi criada em 17 de junho de 2013, pela Lei 20.765 e regulamentada pelo Decreto 46.293 de 7 de agosto do mesmo ano.
“Mais do que nunca, é necessário que a Comissão da Verdade continue seu trabalho no Brasil inteiro mostrando o que foi o horror da ditadura militar, do regime autoritário a partir do Golpe de 64”, disse Fernando Pimentel.
Ainda sobre o relatório, a comissão apresentará documentos e relatos como forma de comprovar as violações praticadas. “São também descritos quais foram os principais grupos atingidos pela repressão da ditadura militar, quem foram os mineiros mortos e desaparecidos no período, bem como quem foram alguns de seus violadores”, informa a Covemg.
Ainda segundo os integrantes da comissão, o trabalho realizado pretende dar destaques aos fatos relacionados ao estado, mas as conclusões se conectam com o que vem sendo apurado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Na quarta-feira estão previstos dos atos oficiais. Pela manhã ocorrerá uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a partir das 9h30.