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Estado de Minas PREVIDÊNCIA

Temer conta com recesso e pressão nas bases para aprovar proposta sem mudança

Segundo ele, boa parte da população confia na Previdência, e o governo conta com a 'compreensão oculta' dos líderes da oposição


postado em 16/12/2017 08:00 / atualizado em 16/12/2017 08:09

Temer disse que o governo está fazendo uma campanha e contando votos para chegar aos 308 necessários para aprovar a proposta de emenda à constituição que muda as regras de aposentadoria(foto: 09/11/2017 - Alan Santos/PR)
Temer disse que o governo está fazendo uma campanha e contando votos para chegar aos 308 necessários para aprovar a proposta de emenda à constituição que muda as regras de aposentadoria (foto: 09/11/2017 - Alan Santos/PR)
O presidente da República, Michel Temer, disse ontem que o adiamento da votação da reforma da Previdência para 19 de fevereiro foi “ótimo”, porque a matéria é “difícil” e os deputados vão perceber, durante o recesso, que não há “oposição feroz” quanto ao tema. Segundo ele, boa parte da população confia na Previdência, e o governo conta com a “compreensão oculta” dos líderes da oposição. O tema foi alvo também do recém-empossado ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que garantir não ter o governo qualquer compromisso de atender a novos pedidos de flexibilização na proposta.

Segundo Marun, não adianta desidratar ainda mais a proposta se isso não for agregar votos para aprovar o texto. O ministro também foi enfático sobre a necessidade de manter os pontos centrais da proposta, entre eles o fim dos privilégios. “O governo sempre ouviu, continua ouvindo. Agora, não temos nenhum compromisso com qualquer tipo de flexibilização. Quando e se for (flexibilizado), os senhores saberão”, afirmou.

De acordo com Temer, não será aceita mudança na espinha dorsal da reforma, segundo ele “o fim dos privilégios”. “Acho que temos a compreensão, ainda que oculta, dos líderes da oposição. Essa é uma questão de Estado. Você conserta o Estado brasileiro hoje e ele vai servir para quem vier depois. E não se sabe quem é. Portanto, quem vier depois encontrará um Brasil arrumado, nos trilhos”, disse o presidente no Palácio do Planalto, em Brasília.

Ele também tentou convencer os deputados a conversar com seus eleitores nos estados durante o recesso parlamentar, que se inicia na próxima semana. Temer disse que o governo está fazendo uma campanha e contando votos para chegar aos 308 necessários para aprovar a proposta de emenda à constituição que muda as regras de aposentadoria.

“Nós estamos empenhados. ‘Ah, vai ficar para fevereiro’. Ótimo. Fevereiro porque nós não temos votos. Não queremos constranger deputados e senadores. Quando tivermos os 308 votos, não vamos constranger nenhum deputado. Nem nós queremos nem o Rodrigo (Maia, presidente da Câmara) quer, nem o Eunício (Oliveira, presidente do Senado) quer. Nenhum líder quer isso”, afirmou Temer.

Na avaliação do presidente, em janeiro os parlamentares terão tempo enquanto estiverem em suas bases para verificar que não há “oposição feroz” em relação à Previdência. “Portanto, voltarão, penso eu, muito mais animados para votar a reforma em fevereiro.”

Temer presidiu a cerimônia de transição na Secretaria de Governo, entre o ex-ministro Antônio Imbassahy (PSDB-BA), a quem o presidente agradeceu, e o novo titular, Carlos Marun (PMDB-MS). O presidente afirmou que Marun será um gigante a favor da reforma. Ele pediu que o novo ministro dedique dia e noite, até 20 horas por dia, no assunto. “Você tem energia para isso”, disse.

Coisinha mínima O presidente citou as oscilações no mercado financeiro por causa dos sinais de andamento ou retrocesso na tramitação da reforma e afirmou que confia na seriedade e rigidez do Congresso Nacional para aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria. “Toda vez que há uma coisinha mínima, acham que a Previdência não será aprovada, a bolsa cai”, afirmou. “A confiança hoje está muito conectada à reforma da Previdência. Eu vejo hoje que há certo desalento, a ideia de que vai dar tudo errado, pode ser que os juros subam, que a inflação volte, que a economia não prospere. Digo aqui em alto e bom som: Nós vamos aprovar a Previdência no Congresso, não temos dúvida disso.”

Temer afirmou que o governo vai levar a reforma da Previdência até o final e completar o ciclo reformista com a simplificação tributária. Ele repetiu os argumentos de que a reforma não prejudica os mais pobres e acaba com privilégios.

Carlos Marun reforçou o apelo ao tempo do recesso parlamentar, visto por muitos como dificultador ao trabalho de angariar votos para aprovar a proposta, “pode ter efeito diferente”. Segundo ele, muitos parlamentares retornarão às suas bases e poderão “receber apelo” pela aprovação da reforma, já que na visão do governo o apoio da população está crescendo.


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