Brasília, 19 - Integrante histórico do PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) fez duros ataques ao presidente nacional da legenda, senador Romero Jucá (RR). Em uma fala na tribuna da Câmara, o deputado chamou Jucá de "medíocre" e afirmou esperar que ele seja preso "em breve".
Jarbas acusa Jucá de ter alterado o estatuto do PMDB na convenção do partido realizada nesta terça-feira, 19, para poder fazer uma intervenção no diretório estadual de Pernambuco.
Hoje, o diretório é comandado pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, aliado de Jarbas, mas a ideia é que a presidência do partido no Estado fique com o senador Fernando Bezerra (PMDB-PE), que se filiou ao partido este ano.
"Quem é Romero Jucá para ameaçar o PMDB de Pernambuco? Tenho acima de tudo uma história de honradez e de decência. Não é essa figura medíocre, desqualificada, mesquinha, torpe e desonrada que vai nos amedrontar", disse.
Jarbas afirmou ainda que Jucá "se serviu de todos os governos que passaram pelo Palácio do Planalto" e não teria "autoridade política muito menos moral" para destituí-lo da presidência do partido no Estado.
O deputado também disse esperar que Jucá, que é alvo de inquéritos na Operação Lava Jato, seja condenado e vá para a cadeia. "Tenho a esperança de ver em breve esse senador sair daqui algemado por uma decisão soberana da Justiça do nosso País".
Convenção
O PMDB realizou a convenção nacional nesta terça-feira para oficializar a mudança do nome para MDB. Alterações no estatuto também foram aprovadas.
O advogado do PMDB, Renato Oliveira Ramos, no entanto, nega que as mudanças realizadas tenham como objetivo realizar a intervenção em Pernambuco. Segundo ele, a Executiva nacional do partido sempre teve autorização para destituir diretórios estaduais e municipais.
Segundo o advogado, uma modificação no estatuto do partido em 2013 havia deixado uma brecha permitindo que esse poder da Executiva fosse questionado, e o que foi feito agora foi apenas "corrigir" essa falha.
Procurada, a assessoria de imprensa de Jucá disse que o senador não iria se manifestar sobre o discurso de Jarbas.
(Isadora Peron)