(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fábio Ramalho promete 'diálogo' de MG com o Planalto em 2018: 'Na marra a gente não vai fazer nada'

Deputado diz que só com diálogo governo vai conseguir os votos de Minas para a reforma


postado em 24/12/2017 06:00 / atualizado em 24/12/2017 07:25

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Coordenador da bancada de Minas na Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB) avalia que 2017 foi um ano positivo para o estado – embora tenha amargado a derrota com a venda de quatro usinas da Cemig para a iniciativa privada. Ele avisa: a relação com o Palácio do Planalto em 2018 será pautada pelo diálogo e nunca por pressão, especialmente quando o assunto é a polêmica reforma da Previdência. “Na marra a gente não vai fazer nada. Ele tem que saber que a gente vai votar a reforma da Previdência só se a gente estiver de acordo”, disse.

A bancada de Minas Gerais sofreu algumas derrotas junto ao governo federal ao longo de 2017, como a perda do controle de quatro usinas da Cemig. Além disso, nenhum mineiro foi chamado para o ministério do presidente Michel Temer. Como o senhor avalia essa situação?
A principal pauta que Minas Gerais tem, e isso já vem de muitos anos, é a questão da Cfem (royalties da exploração mineral), que vale mais que 10 ministérios ou usinas da Cemig. Nós vencemos uma batalha com as maiores mineradoras fazendo pressão. Conseguimos agora fazer justiça com essa questão. Essa justiça foi feita nas duas vezes em que me sentei na presidência da Câmara. A primeira é que, no início, o governo era contra, e depois teve que se unir à gente. Até porque, quando eu me sentei lá, o governo não queria que eu lesse as medidas provisórias da mineração. E aí disse que quem mandava era eu, não era o governo. Votamos em prazo hábil para a discussão nas duas casas. Outra questão é a Sudene, a inclusão na área do Vale do Rio Doce. A 381 que nunca tinha recursos para ela, sempre paralisada, teve os recursos necessários para o ano e já tem recursos garantidos para o próximo ano. A gente espera que outros trechos possam ser licitados.

Foi um ano positivo para o estado, então? Muitas coisas não ficaram só na promessa?
Não são só promessas, esses casos que eu te falei têm recursos garantidos. A 367, por exemplo, tivemos um problema ambiental. E problema ambiental demora um ano para resolver. Na 381 também tivemos um problema ambiental e agora a obra está sendo feita a todo vapor. O ano foi positivo. Temos mais R$ 250 milhões empenhados agora no final do ano para a saúde em Minas Gerais, temos empenhados mais R$ 100 milhões na segurança. São recursos extras que estão destinados a Minas e que chegarão ao longo do ano.

O projeto que garantiria o 13º dos servidores de Minas ficou para 2018. Faltou força política dos mineiros junto ao governo Temer?
O governo federal está no caminho errado de querer fazer troca. Disse que só votava o projeto depois da reforma da Previdência. Então, isso não é caminho de diálogo. Na marra a gente não vai fazer nada. Ele tem que saber que a gente vai votar a reforma da Previdência só se estiver de acordo. Como a maioria não está de acordo, não coloca para votar. E não vai votar no próximo também não. Não vai votar porque o governo está no caminho errado. Qualquer reforma que for feita tem que ser dialogada com a sociedade, tem que ser melhor comunicada. E o governo não fez isso.

Minas foi a bancada mais fiel ao presidente Michel Temer nas votações envolvendo as denúncias contra ele. Era esperado que houvesse um tratamento diferente do Planalto?
Naquela questão das duas denúncias, nós, da bancada de Minas, olhamos o que era melhor para o Brasil. A retirada de um presidente não era benéfica para o país naquele momento. E posso afirmar a você porque fui um dos que trabalharam nesse sentido, e eu seria um dos maiores beneficiados, porque viraria presidente da Câmara (com um eventual afastamento de Temer, Rodrigo Maia assumiria o Palácio do Planalto e Fábio Ramalho o comando da Câmara). Mas esse não é o caminho. Houve um desgaste, sim, da bancada, mas fizemos o que achávamos melhor naquele momento. Nós vamos ter eleição agora no próximo ano, quando a população vai poder escolher o próximo presidente da República.


Por que Temer não veio ainda a Minas?
Ele até viria agora, mas teve aquele problema de saúde e ele se internou em São Paulo. Viria em um dia e internou um dia antes em São Paulo (no último dia 13, o presidente teve que ser internado para uma cirurgia de desobstrução da uretra. A expectativa era de que ele viesse a BH no dia 14 para a solenidade que marcou o funcionamento de 100% dos leitos do Hospital do Barreiro). Agora acho que ele vai vir no dia em que ele achar que deve.

Como vai ser a relação dos mineiros com o Planalto em 2018?
A relação vai ser da mesma maneira que tem sido, sempre no diálogo e nunca na marra.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)