Os servidores da educação de Minas Gerais prometem radicalizar e entrar 2018 em greve. Um grupo de representantes da categoria fez manifestação contra o governo do estado na manhã desta quarta-feira (27) na Praça da Liberdade, de onde seguiu em caminhada para a Praça Sete. Com palavras de ordem, eles cobraram o pagamento do 13º salário ainda este ano e o reajuste devido para os educadores mineiros receberem o piso nacional.
O ato foi convocado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute) em resposta à decisão do governo de pagar o 13º da categoria em quatro vezes, a partir de janeiro. A entidade já ingressou com mandado de segurança coletivo no dia 18 de dezembro exigindo o pagamento imediato.
Segundo o Sind-Ute, participaram do ato 3 mil pessoas. Já de acordo com a Polícia Militar, foram 400.
“Se começarmos normalmente o ano letivo podemos esquecer os nossos direitos. Ou para ou para”, disse a presidente do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira.
Além do benefício natalino, o grupo cobra um reajuste de 7,64% que deveria ter sido dado este ano para que os professores do estado ganhem o piso nacional. Segundo o Sind-Ute, em janeiro o Executivo acumulará mais um reajuste de cerca de 7% para manter o piso salarial. “A gente tem uma lei e um acordo a serem cumpridos e não pressionamos com a radicalidade necessária. Agora o recado está dado”, afirmou a dirigente.
No protesto, os servidores também cobraram uma solução para a situação de quem tem créditos consignados. “O valor tem sido descontado todo mês e nem crédito na praça as pessoas tem”, disse Beatriz Cerqueira.
Representantes dos servidores do Ipsemg também participaram da manifestação. Os servidores também criticaram a decisão do governo de Minas de pagar primeiro os servidores da segurança e parte dos da saúde. Estes receberão em duas vezes. A primeira parcela foi paga nessa terça-feira (26).
Para a educação e os demais integrantes do funcionalismo, o 13º salário será pago em quatro parcelas, sendo 25% do benefício creditado nos dias 19 de janeiro, 19 de fevereiro, 19 de março e 19 de abril.
Em nota, a Secretaria da Fazenda informou que a decisão de parcelar os salários dos servidores está atrelada à atual crise econômica, “o que, inclusive, levou o Governo de Minas Gerais, com aprovação da Assembleia Legislativa, a decretar estado de calamidade financeira. Portanto, as datas estabelecidas no parcelamento – incluindo as do 13º salário – estão diretamente relacionadas à possibilidade real de desembolso do Tesouro Estadual, considerando-se a entrada de recursos, sempre priorizando o compromisso de pagamento da folha”.