Escolhida pelo presidente Michel Temer (PMDB) para assumir o Ministério do Trabalho, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi citada na delação da Odebrecht. A parlamentar é filha do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado a sete anos e 14 dias de prisão no processo do Mensalão, do qual foi o pivô.
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Temer aceita deputada Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, para Ministério do Trabalho Advogados tentam barrar posse de Cristiane Brasil como ministra do TrabalhoTemer perderá mais da metade dos ministros para a disputa eleitoral Em menos de um mês, governo Temer exonera três ministros'Papai, eu aceito', diz Cristiane Brasil ao ser convidada para ministérioCristiane Brasil foi delatada pelo executivo Leandro Andrade, um dos delatores da Odebrecht na Operação Lava-Jato. O empreiteiro relatou ao Ministério Público Federal um episódio que classificou como 'pitoresco', supostamente ligado à deputada.
Segundo o delator, a pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) foram entregues R$ 200 mil à Cristiane Brasil em 2012. O dinheiro foi repassado pelo próprio executivo, afirmou à Lava-Jato. A parlamentar nega enfaticamente ter recebido valores ilícitos.
Andrade narrou que os R$ 200 mil foram retirados de um saldo supostamente acertado por outro executivo-delator da Odebrecht, Benedicto Junior, o ‘BJ’, no primeiro semestre de 2012, com Eduardo Paes (PMDB), como contribuição eleitoral para a campanha do peemedebista à reeleição para a prefeitura do Rio.
Segundo Leandro Andrade, do montante total, Pedro Paulo "mandou" pagar "dois candidatos que faziam parte da base de apoio dele", Brizola Neto e Cristiane.
"O da Cristiane Brasil, o que aconteceu foi que eu estava no dia da programação de ela ir retirar esse dinheiro nesse escritório. Eu não ficava direto lá, mas ia de vez em quando para reuniões.
O executivo afirmou que Cristiane ‘estava sozinha’.
De acordo com o delator, cerca de 20 minutos depois, ‘o portador chegou’. Andrade declarou que ‘alguém’ entrou na sala com uma mochila. O executivo afirmou não lembrar se foi o próprio portador.
"De dentro da mochila, ele tirou o pacote de plástico onde tinha um valor de R$ 250 mil anotado em cima, R$ 200 mil, desculpa, anotado em cima.
O Ministério Público Federal quis saber se Leandro Andrade tinha registro da entrada de Cristiane Brasil no escritório.
"Não tenho registro. No (escritório do) Le Monde não tem, porque nós tentamos pegar e não existe", afirmou. "O pedido desse dinheiro foi feito pela área de Operações Estruturadas através da Lucia Tavares."
Quando a delação da Odebrecht foi tornada pública, em abril de 2017, os citados se manifestaram desta forma:
"O STF não solicitou investigação contra mim e não há nada a meu respeito senão um comentário sem qualquer prova feito por um dos delatores da operação", declarou, na ocasião, Cristiane Brasil.
"Esclareço que os poucos contatos que já tive com profissionais da companhia se limitaram a raros eventos institucionais. Estou, como sempre estive, à disposição da justiça e da sociedade para esclarecer o que for necessário."
Também nessa mesma época, as assessorias do deputado Pedro Paulo e do ex-prefeito Eduardo Paes declararam. "Conforme foi afirmado pelos próprios delatores em nenhum momento a empresa recebeu qualquer tipo de vantagem ou benefício em obras da Prefeitura do Rio. Além disso, Benedicto Junior foi enfático ao afirmar em seu depoimento que nunca pagou propina a Eduardo Paes."
O vereador Brizola Neto disse, na ocasião. "Me causou perplexidade e revolta a matéria veiculada na imprensa citando meu nome como ‘possível destinatário’ em esquema de corrupção. Baseada em uma simples suposição, a matéria dá a entender que eu teria recebido dinheiro do ex-prefeito Eduardo Paes para a minha campanha.
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