Brasília - O presidente Michel Temer confirmou a escolha da filha do ex-deputado Roberto Jefferson, Cristiane Brasil (PTB-RJ), como nova ministra do Trabalho. Condenado no mensalão, Jefferson chegou a chorar ao falar que a nomeação da filha "resgata" a imagem da família. Enquanto Cristiane chegava ao ministério de Temer, o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio e Serviços), que comanda o PRB, pedia demissão. A saída de Pereira foi a terceira baixa ministerial em menos de um mês do governo. Apesar das trocas, o Palácio do Planalto afirma que não vai antecipar a reforma no primeiro escalão, prevista para abril.
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Em menos de um mês, governo Temer exonera três ministrosNova ministra do Trabalho segue pegadas do pai, confira o perfil de Cristiane BrasilPF mais que dobra equipe da Lava-Jato para encerrar inquéritos antes da eleiçãoCármen Lúcia pede informações a Temer e Eunício sobre diretórios provisóriosMinistro da Saúde vai deixar cargo até abril para tentar reeleição no CongressoO nome de Cristiane para o Trabalho foi confirmado após reunião no Palácio do Jaburu entre Temer e Roberto Jefferson, que também é presidente do PTB.
Segundo o petebista, a sugestão saiu "da cabeça" de Temer e precisou ser referendada pelo líder do partido, Jovair Arantes (PTB-GO). Cristiane teve que abrir mão da campanha à reeleição.
A posse será na próxima semana. Jefferson já havia tentado emplacar Cristiane como ministra, mas ela foi preterida na Cultura por Sérgio Sá Leitão. Ela foi indicada pelo PTB depois de Temer barrar o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), aliado do governador Flávio Dino (PC do B-MA).
Segundo Jefferson, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) cobrou de Temer que ele vetasse o nome de Fernandes, o que ele nega. "Essas coisas ficam no passado. Falei com o deputado Pedro Fernandes e não tem ressentimento", disse Jefferson.
O PRB ainda não indicou um substituto para Pereira, mas deve manter a vaga. Em carta, o ex-ministro e bispo da Igreja Universal rejeitou convite de Temer para permanecer até o fim do governo. "Preciso deixar o ministério para cuidar de questões pessoais e partidárias", escreveu.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que os ministros que pretendem deixar o governo por causa das eleições sairão de forma paulatina, negociada com Temer..