Praticamente metade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) está à venda. A autorização para transformar a empresa em uma sociedade de economia mista foi dada em lei sancionada pelo governador Fernando Pimentel (PT) e publicada no Minas Gerais dessa quinta-feira (4). Com isso, o Executivo está autorizado a iniciar os procedimentos para colocar à disposição ações, mantendo o controle acionário da empresa. Não há uma previsão de quanto a negociação vai render para os cofres estaduais.
A Codemig foi responsável pela construção da Cidade Administrativa, obra de mais visibilidade do governo tucano em Minas, investigada por suspeita de superfaturamento.
De acordo com a lei proposta pelo governador, o estado é obrigado a permanecer com 51% do capital votante da Codemig e não pode transferir o controle acionário da empresa sem autorização legislativa. Com isso, o estado pretende vender 49% das ações.
Segundo justificativa do governo, a mudança na Codemig permite sua capitalização e a diversificação de fontes de recursos para serem investidos no desenvolvimento econômico do estado. “Em outras palavras, seria possível promover ainda mais projetos destinados ao bem-estar dos mineiros, mas com menor sacrifício aos cofres públicos”, diz Pimentel no texto.
A empresa mineira atua em três eixos para o desenvolvimento: mineração, energia e infraestrutura, indústria criativa e indústria de alta tecnologia. Neles estão incluídos negócios com minério de ferro, nióbio, geração de energia termelétrica e fotovoltaica. Também estão nas áreas de atuação a busca de oportunidades para segmentos como moda, gastronomia e gemas, incentivo ao turismo, e materiais estratégicos como biotecnologia, semicondutores, tecnologia da informação e segmento aeroespacial. A Codemig é responsável pela gestão de empreendimentos como o Expominas e a Rodoviária de Belo Horizonte.
Em nota, a Codemig reforçou que o objetivo da medida é dar mais dinamismo e autonomia à condução dos negócios. "Ao mesmo tempo, pretende continuar viabilizando o interesse coletivo, por meio de políticas públicas, em prestígio aos princípios da impessoalidade, da eficiência, da economicidade e da supremacia do bem comum. A abertura do capital para investidores privados também favorece ampliar a moralidade e a transparência na gestão dos recursos que estão sob responsabilidade da Codemig", informou.
De acordo com a empresa, o próximo passo será contratar uma assessoria para as devidas avaliações. "Não há avaliação sobre o volume de recursos que o Estado poderá obter com essa alienação. Caberá ao governo definir oportunamente o destino dos recursos que ele eventualmente vier a obter com a alienação de parte de suas ações na Codemig", informa a empresa.
Concurso público em andamento
A Codemig está com concurso aberto com provas em 28 de janeiro. O edital prevê 16 vagas para nível superior. Para nível médio, a disputa será por os cargos de assistente administrativo (2) e técnico de tecnologia de informação (1), com salários de R$ 3.116,38 e R$ 4.515,57, respectivamente.
Candidatos graduados podem concorrer para analista de administração (2), analista de compliance (1), analista de geoprocessamento (1) analista de pessoal (1), analista de sistemas (1), analista de suprimentos (1), analista de tecnologia da informação (1), arquiteto (1), auditor (1), contador (1), engenheiro civil (1), engenheiro de energia (1), engenheiro de instalações (1), engenheiro orçamentista (1) e secretária executiva (1). As remunerações variam de R$ 4.515,57 a R$ 6.708,73.
A seleção terá duas etapas, de prova objetiva e discursiva, com questões de língua portuguesa, informática, raciocínio lógico e conhecimentos gerais e específicos (para o cargo de assistente administrativo). Os interessados podem se inscrever pelo site da Fundep, responsável pela organização do certame, no período de 29 de novembro a 28 de dezembro. A taxa é de R$ 60 para os cargos de nível médio e técnico e de R$ 90 para os de nível superior, e poderá ser paga até 29 de dezembro.