Segundo colocado em todas as pesquisas eleitorais para a Presidência da República, com cerca de 20% das intenções de votos, e com uma militância aguerrida, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) — oficialmente ligado ao PSC — fechou parceria com o Partido Social Liberal (PSL) para concretizar o projeto de comandar o Palácio do Planalto a partir de 2019. O compromisso era com o Patriotas (PEN), mas, alegando falta de espaço na sigla, abriu brecha para contato com o PSL e anunciou o acordo ontem. O documento oficial será assinado durante a janela partidária, de 7 de março a 7 de abril.
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Corrente do PSL deixa partido após anúncio de filiação de BolsonaroPSL reforça em carta semelhanças entre ideais de Bolsonaro e do partidoGrupo deixa partido após anúncio de filiação de Bolsonaro para disputar PresidênciaValéria Monteiro compara Bolsonaro a Hitler e o chama para o debateBolsonaro vira 'tema' de festa de noivado no PernambucoFamília Bolsonaro multiplica patrimônio após entrar na política, diz jornalDepois de conversar com muitas siglas consideradas nanicas, entre elas o PSDC, de José Maria Eymael, e a que nem chegou a ser formada, Muda Brasil, assinou um compromisso de filiação com o Patriotas (PEN), em 23 de novembro do ano passado. O deputado alega que quem descumpriu o acordo foi o Patriotas. “Eles prometeram um jantar em um restaurante refinado e o levaram a um pé-sujo”, afirma um assessor. Um dos principais conflitos foi por causa do comando do diretório estadual de São Paulo.
Já o presidente nacional do PEN, Adilson Barroso, conta que tinha entregado, praticamente, todo o partido ao grupo de Bolsonaro: a presidência, 23 diretórios estaduais, cinco vagas na executiva nacional. “Nada disso bastava. Eles queriam o partido inteiro.” Barroso explica que perdeu 11 deputados estaduais por causa dos conflitos e estava prestes a ficar ainda menor. E, por isso, os advogados de Bolsonaro reclamaram que a legenda estava enfraquecida e poderia não alcançar o coeficiente eleitoral nas urnas.
“Coloquei a mão na consciência e percebi o que estava fazendo. Eles estavam destruindo o nosso partido.
Crise
O namoro com o PSL foi muito celebrado pelo presidente da legenda, Luciano Bivar, que não teria demonstrado nenhum empecilho às exigências do político. Em carta divulgada à imprensa, no início da noite de ontem, Bivar ressaltou a parceria. “É com muito orgulho que o PSL recebe o deputado Jair Bolsonaro e sua pré-candidatura à Presidência da República. Outrossim, é com muita honra que o deputado se sente abrigado pela legenda, e muito à vontade em um partido onde existe total comunhão de pensamentos”, destaca trecho do documento.
Entretanto, a reação foi imediata. Ligado ao movimento Livres desde dezembro de 2015, o partido perdeu parte dos aliados.
Migração partidária
Desde que ingressou na vida política, em 1988, o deputado federal Jair Bolsonaro já integrou sete partidos. Confira o histórico:
» 1988 a 1993: PDC
» 1993 a 1995: PPR
» 1995 a 2003: PPB
» 2003 a 2005: PTB
» 2005: PFL
» 2005 a 2016: PP
» 2016 à atualidade: PSC
» 2017: firmou compromisso com o Patriotas (PEN)
» 2018: PSL.