Brasília – O governo federal inicia uma semana decisiva para emplacar a posse da ministra do Trabalho e Emprego, Cristiane Brasil. Após o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negar o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), o Palácio do Planalto já analisa as estratégias judiciais cabíveis para derrubar a liminar que suspendeu a investidura da aliada ao cargo.
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MPF questiona no STF aumento automático para deputados de MinasGoverno vai ao STF, mas quer novo nome no lugar de Cristiane BrasilPGR pede ao STF novo inquérito contra presidente do PP e Edinho SilvaJustiça Federal do Rio recebe mais uma ação contra nomeação de Cristiane BrasilA advocacia sustenta que o “juízo competente para analisar o caso não era o da 4ª Vara Federal de Niterói”, que concedeu a liminar, mas o da 1ª Vara Federal de Teresópolis (RJ), que indeferiu a liminar.
O recurso foi meticulosamente bem avaliado. Na quinta-feira, a ministra da AGU, Grace Mendonça, se reuniu com Temer para traçar que medidas adotar. Havia expectativa de que os advogados da União entrassem com recurso somente nesta semana.
A intenção era avaliar bem a melhor estratégia para não correr o risco de uma nova derrota. “A ideia era ‘estressar’ cada uma das alternativas antes de bater o martelo”, diz um aliado.
A AGU e o Planalto estudavam, ainda, ingressar com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde que a presidente da Suprema Corte, ministra Cármen Lúcia, derrubou as regras do indulto de Natal propostas por Temer, há um temor de que a magistrada possa, mais uma vez, tomar uma decisão contrária às aspirações do governo em caso de recurso na última instância.
“O presidente está confiante, mas essa é uma situação que preocupa”, pondera um líder da base. A expectativa, agora, é ganhar no TRF-2 e evitar o STF.
A possibilidade de que a Cármen Lúcia adote um entendimento de que a gestão no Ministério do Trabalho segue mantida, ainda que sem Cristiane Brasil, e a posse dela não se faça necessária, incomoda o governo.
Nessa situação, o governo e o PTB não teriam outra alternativa além de nomear outro parlamentar indicado pelo partido. Essa, no entanto, é uma hipótese que o governo deseja evitar a todo custo.
Por mais que o governo demonstre otimismo, a não nomeação da ministra poderia gerar um desgaste além do previsto. E essa é uma situação que o Planalto deseja evitar a todo custo.
Como o PTB foi o primeiro partido a fechar questão pela aprovação da reforma da Previdência, interlocutores ressaltam que Temer deseja a todo custo honrar com o compromisso firmado com o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson.
Previdência
O empenho do governo em empossar Cristiane tem por objetivo natural a aprovação da reforma da Previdência.
Com a reforma ministerial nos cargos que estão sendo vagos, como nas pastas do Trabalho e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), o governo espera angariar mais votos para aprovação da reforma..