Após ter sofrido críticas por declarar que o Bolsa Família "escraviza" seus beneficiários, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou sua conta oficial no Facebook para esclarecer tal entendimento e também defender mudanças nas regras do programa social.
Na publicação na rede social, o parlamentar evitou o termo que provocou a polêmica, mas manteve a avaliação de que é necessário oferecer uma "porta de saída" às famílias que recebem os recursos assistenciais.
"Eu acredito, sim, que o Bolsa Família paralisa as famílias. Ninguém quer passar uma vida dependendo do governo. O Bolsa Família é um programa importante na medida em que atende aos que estão em situação de emergência e necessidade, mas é deficiente quando não cria formas dessas famílias deixarem de ser dependentes", escreveu o deputado fluminense.
Maia argumenta que, da maneira como o Bolsa Família está estruturado, o programa não promove mobilidade social. "Isso é um fato, pois ele só cresce. O Bolsa Família tem como princípio fazer a gestão diária da pobreza e não superar a pobreza."
O presidente da Câmara avalia que o programa de transferência de renda é "fundamental para garantir uma dignidade social mínima", mas que é preciso ir além. "Afinal, o que queremos para o Brasil, comemorar os 50 milhões de brasileiros vivendo do Bolsa Família ou superar de vez a pobreza? É nesta direção que penso que o Brasil deve caminhar", afirmou Maia.
Ontem, Maia admitiu que pode disputar a sucessão presidencial, caso haja uma melhora de seu desempenho em pesquisas de intenção de voto. "Hoje não, eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito", declarou o parlamentar, após ser questionado sobre uma eventual candidatura.