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Estado de Minas

Governo Temer vai para o tudo ou nada para votar reforma da Previdência

Ministro do goveno Temer admite que fevereiro é o prazo final para votação das mudanças nas regras da aposentadoria, por causa do calendário cada vez mais curto do ano eleitoral


postado em 22/01/2018 01:00 / atualizado em 22/01/2018 07:42

Marun está percorrendo o país em busca de apoio para a reforma(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Marun está percorrendo o país em busca de apoio para a reforma (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Responsável pela articulação política do governo para conseguir apoio na Câmara dos Deputados à reforma da Previdência, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, descarta a possibilidade de novo adiamento da votação da proposta prevista para começar em 19 de fevereiro. “Não existe a hipótese de adiamento da votação da reforma”, afirma.

Com a declaração, Marun indica que o governo vai para o “tudo ou nada” na tentativa de aprovar o projeto, ou seja, se não houver os 308 votos necessários a favor das mudanças na Previdência até o dia 19, é improvável que novos esforços sejam empreendidos pelo presidente Michel Temer para que a reforma passe em 2018, porque o ano eleitoral vai inviabilizar a votação quando mais próximo estiver o pleito de outubro.

Marun se esquiva de pergunta sobre qual é o tamanho do  apoio dos parlamentares à proposta, dizendo apenas que uma nova contagem será feita entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. O presidente da Câmara, Rodrigo (DEM-RJ), tem sido cauteloso em suas declarações. Na semana passada, ele chegou a dizer em Washington (EUA), que a chance de aprovação é encarada “sem nenhum tipo de otimismo”, mas admitiu que se não for votada em fevereiro, a reforma não sai mais este ano.

Carlos Marun esteve em São Paulo na manhã de ontem para participar de um culto da Igreja Mundial do Poder de Deus, a convite do pastor Valdemiro Santiago, evento que não estava em sua agenda oficial. Ele disse que falou a mais de 40 mil pessoas sobre a importância de aprovação da reforma da Previdência: “Hoje tive a prova de que as pessoas estão cada vez mais convencidas da necessidade de reformarmos a Previdência.” O ministro retornou a Brasília à tarde para uma reunião com Temer. Hoje, ele tem outro encontro com Rodrigo Maia para discutir a reforma.

MOBILIZAÇÃO As articulações para aprovação da reforma da Previdência devem se intensificar nesta semana, quando os líderes partidários começam a voltar das férias, e muitos parlamentares se movimentam em seus estados para conseguir apoio para as mudanças nas regras da aposentadoria. A estratégia envolve encontro com governadores, prefeitos e outras autoridades locais. Carlos Marun tem se reunido desde o início do ano com vários deputados para definir estratégias em busca dos votos. Responsável pela articulação política do governo, ele disse que a reforma da Previdência “está em todos os diálogos” da agenda da equipe de governo.

Por se tratar de emenda constitucional, são necessários pelo menos 308 votos favoráveis entre os 513 deputados para aprovação da reforma em dois turnos. Desde o fim do ano passado, os principais articuladores da base governista evitam comentar o número de votos já conquistados. Segundo líderes governistas, a contagem dos votos deve ser fechada com mais precisão no início de fevereiro, quando já estarão em contato mais direto com as bancadas.

Na visão de líderes governistas, a redução da nota de crédito do Brasil por uma agência internacional de classificação de risco provocou “impacto preliminar” na motivação dos deputados. “Isso melhora na narrativa para nós que defendemos a aprovação da reforma”, afirma o líder da maioria na Câmara, Lelo Coimbra (MDB-ES). “Agora, é torcer para a gente reunir a tropa. Não é tropa de choque, é tropa de convencimento”, afirmou”.

Carlos Marun entende que o rebaixamento do grau de investimento do Brasil auxilia na conscientização da sociedade e consequentemente dos parlamentares, mas “a notícia em si não vai trazer votos.” “A consciência de que temos que reformar a Previdência já é consolidada. Claro que vejo a notícia do rebaixamento como ruim, porque não deixa de corroborar o que estamos afirmando: que o Brasil precisa reformar sua Previdência pra ter a perspectiva de um futuro de menos incerteza e de mínima prosperidade”, avalia.


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