Londres, 22 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta segunda-feira, 22, que o julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima quarta-feira, 24, é um "processo normal da Justiça" e que o petista deveria participar da campanha à Presidência. Para ele, quanto mais candidato concorrendo à vaga em outubro é melhor do ponto de vista político. Ressaltou, no entanto, que a Justiça é soberana em sua decisão.
"Há consequências políticas, mas eu não tenho olhado isso com foco", disse a jornalistas em Londres, após encontro com investidores e autoridades locais. Ele voltou a dizer que, do ponto de vista político, seria bom que Lula disputasse a corrida presidencial. "Do ponto de vista da Justiça é outra história. A Justiça é soberana e vai tomar sua decisão baseada em todas as evidências", considerou.
Meirelles defende a participação do ex-presidente com o intuito de que se elimine a discussão, no futuro. "Disputou. Ganhou, perdeu, tudo bem", disse.
O ministro também tem notado um aumento da preocupação por parte de investidores em relação aos desdobramentos políticos do País. "Sim, existe, sim. É normal. Cada vez existe uma maior ênfase e foco no processo eleitoral e como será a política no Brasil", disse, salientando, entre outros pontos, as dúvidas que existem sobre como ficará a situação fiscal, econômica ou comercial a partir de 2019.
Mais uma vez questionado sobre a possibilidade de sua candidatura, Meirelles explicou que o tema esteve na pauta da reunião com investidores, que teve mais cedo, e que repetiu a posição de que só tomaria a decisão no começo de abril.
O ministro evitou responder sobre quem poderia o apoiar no caso de lançar seu nome para 2019. "Eu prefiro não entrar nisso, pois já começaria a discutir candidatura. Prefiro dizer que vou deixar para o fim de março essas discussões." Ele defendeu, porém, que o Brasil continue em sua linha atual. "Eu penso que a grande tendência é que o Brasil prossiga nessa linha. Então, que seja eleito um presidente que seja comprometido com esse processo de reformas da economia, de modernização da economia brasileira em andamento."
Sobre a situação da Caixa, o ministro também avaliou que o processo está "correndo normalmente".
(Célia Froufe, correspondente).