O ex-presidente Luiz Inácio anunciou no início da noite desta segunda-feira (22) que irá a Porto Alegre nesta terça-feira (23) para agradecer a 'solidariedade' dos que se deslocaram até a capital gaúcha pra acompanhar o julgamento no TRF4. A declaração de Lula ocorreu durante encontro com lideranças sindicais, em São Paulo.
Lula e lideranças petistas chegaram a cogitar o não comparecimento do ex-presidente em Porto Alegre para evitar qualquer implicação que pudesse prejudicá-lo. Lula não disse se ficará na capital gaúcha até o dia julgamento.
Desde o fim de semana, começaram a chegar à cidade ônibus com seguidores do líder da esquerda e nesta segunda, membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) realizaram uma marcha de 8 km e montaram um grande acampamento na cidade.
Na manhã desta terça-feira (23)está previsto um ato das mulheres a favor de Lula, no qual se espera a presença de Dilma Rousseff (2011-2016) e da ex-presidente argentina Cristina Fernández.
Julgamento
O julgamento de Lula gera grande expectativa de temores de enfrentamentos. O governo do Rio Grande do Sul anunciou um dispositivo especial de segurança com o apoio de embarcações e helicópteros da Brigada Militar em torno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), próximo às margens do rio Guaíba, que terá seu perímetro terrestre, aéreo e naval bloqueado.
O prefeito de Porto Alegre chegou a pedir o apoio do Exército, tendo em vista que grupos de direita também preveem protestos contra Lula no mesmo dia.
O ex-presidente será julgado em segunda instância na quarta-feira (23) pelo caso do triplex de Guarujá, no litoral paulista. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na primeira instância, foi condenado a nove anos e meio de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro. Se for condenado novamente, poderá perder o direito de disputar a eleição presidencial deste ano.
Magoado
Lula disse que está tranquilo, porém 'magoado'. "Inventaram muita mentira.Só quero uma prova. Tem que ter", desafiou o petista ao questionar a condenação, conforme ele, sem nenhuma prova nos autos do processo.
Lula disse que, caso seja condenado em segunda instância, vai recorrer. "Não sou moleque, não tenho medo deles", afirmou o ex-presidente.
O julgamento é cercado de grandes expectativas, já que o ex-presidente pode ser impedido de disputar a eleição presidencial deste ano, caso o TRF-4 mantenha a acusação proferida pelo juiz Sérgio Moro, na primeira instância.
Durante o encontro, Lula indicou estar confiante na sua absolvição. "Não é a primeira vez nem a última que estamos juntos", disse.
Lula ainda afirmou que pretende realizar uma caravana pelo Rio Grande do Sul a partir de 27 de fevereiro.