A derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) abre um leque de incertezas sobre a sucessão ao Palácio do Planalto: o petista poderá disputar o terceiro mandato de presidente da República? Qual o plano B do PT para concorrer à cadeira, hoje ocupada por Michel Temer (MDB)? Em nota, o PT classificou o julgamento de “farsa judicial” e afirmou que Lula terá o nome referendado na convenção partidária. Mas a caminhada até as urnas não será tão simples assim. Depois do julgamento, Lula afirmou em evento na Praça da República, em São Paulo, que não desistirá de lutar para provar sua inocência.
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Lula se compara a Mandela e diz que esquerda vai se unirPrisão de Lula incendiaria o país, diz Marco Aurélio MelloUnanimidade na condenação de Lula aumenta chance de prisãoTeoricamente, Lula estaria fora da disputa. Mas, na prática, o PT poderá registrar a candidatura de Lula enquanto houver recursos em tramitação – o que pode ser no próprio TRF-4, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF). A palavra final se Lula poderá ou não ser candidato a presidente caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como a decisão foi unânime no TRF-4, Lula poderá recorrer apenas com embargos de declaração – quando a parte pede esclarecimentos sobre algum ponto obscuro na sentença. O recurso pode ser ajuizado até dois dias depois da publicação do acórdão.
SUB JUDICE Para as eleições deste ano, o registro dos candidatos deverá ser feito até 15 de agosto. Se até lá o TRF-4 já tiver finalizado o julgamento – e mantiver a condenação – o caminho natural é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da candidatura. No entanto, a Lei da Ficha Limpa permite uma candidatura sub judice sustentada com base em decisão liminar do STJ. Em razão da urgência de definição na disputa eleitoral, a liminar ganha prioridade de julgamento no tribunal. Ao julgar o mérito, se a condenação for mantida pelos ministros, Lula tem o registro cassado e sai da disputa. Em meio ao imbróglio jurídico, o TSE tem até 17 de setembro para validar ou não uma candidatura.
FRENTE DE ESQUERDA
Já há quem defenda uma frente de esquerda no Brasil. O ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvallho é um deles. Segundo ele, o que mobiliza a esquerda é “a volta da fome e a falta de acesso às universidades”. “Uma eleição sem Lula é uma falsificação da democracia”, declarou. O senador petista Lindbergh Farias (PT-PB) reforçou a ideia de uma união dos grupos de esquerda.
Mas e se até 17 de setembro o processo não tiver encerrado no TSE? Lula poderá ser candidato com amparo em liminar. Se vencer nas urnas, mas não conseguir reverter a condenação, perde o cargo e novas eleições são convocadas. Isso se não conseguir um recurso no STF para assumir o cargo. Nesse último caso, apenas uma ação para cassação do diploma, no TSE, poderia tirar Lula da cadeira de presidente.
PLANO B DO PT
Caso Lula não seja candidato a presidente, o PT tem como alternativas:
Ex-ministro Jacques Wagner
Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
Vice na chapa encabeçada por Ciro Gomes (PDT)
Vice na chapa encabeçada pela deputada federal Manoela D’Ávila (PCdoB)
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