Brasília - Com a posse suspensa pela Justiça, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou nesta quinta-feira, 25, que está "chateada" com o imbróglio jurídico em torno de sua nomeação, mas que lutará até o fim para assumir o cargo de ministra do Trabalho do governo Michel Temer. A parlamentar fluminense disse estar "confiante" de que conseguirá tomar posse no cargo.
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A deputada rechaçou tese de que o imbróglio jurídico em torno da nomeação para o Ministério do Trabalho possa trazer prejuízos político e eleitoral para ela. "Não creio nisso. Tenho recebido muito mais manifestações de apoio. Nunca me deparei com rejeição que não fosse ideológica de quem nunca votaria em mim. Muito pelo contrário. As pessoas me reconhecem e me param para declarar apoio", disse.
Histórico
Filha de Roberto Jefferson, que foi o autor da denúncia do mensalão do PT em 2005, Cristiane foi anunciada como ministra do Trabalho em 3 de janeiro.
O magistrado atendeu a pedido de um grupo de advogados trabalhistas que entrou com ação popular pedindo a suspensão da posse de Cristiane. Os advogados argumentam que a deputada não pode assumir o cargo, pois foi condenada em processos trabalhistas de ex-funcionários contra ela. Na decisão, o juiz fluminense argumentou que a nomeação desrespeita a moralidade administrativa.
A AGU e a defesa de Cristiane recorreram da liminar ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio. Após ter todos os recursos negados pelos desembargadores do TRF-2, a AGU entrou na quinta-feira da semana passada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que liberou a posse. Na madrugada de segunda-feira, 22, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu temporariamente a posse, que estava marcada para ocorrer às 9h daquela segunda-feira.
A decisão pela suspensão foi da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que está respondendo pelo tribunal durante o recesso do Judiciário. A ministra atendeu a pedido do mesmo grupo de advogados trabalhistas autor da ação em primeira instância. O grupo recorreu ao Supremo questionando a legitimidade do vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, para deliberar sobre o caso.
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