Jornal Estado de Minas

Executiva nacional do PT aprova nova resolução que mantém Lula candidato


Um dia depois da condenação que pode tirar Luiz Inácio Lula da Silva da disputa eleitoral, a executiva nacional do PT aprovou uma resolução que reitera a disposição da candidatura do ex-presidente mas também defende a formação de uma "ampla e sólida aliança" com os demais partidos de esquerda.

"Aprofundar o diálogo e manter a unidade com os partidos e forças sociais, buscando formar ampla e sólida aliança com todos que se coloquem de acordo com o programa de governo que estamos construindo e apresentaremos ao País", diz o texto aprovado hoje.

Em um aceno na direção dos possíveis aliados no pleito do dia 7 de outubro, o PT decidiu "saudar e agradecer os partidos políticos, movimentos sociais, organizações e personalidades" que se uniram em torno da defesa de Lula.

Na terça-feira, véspera do julgamento que manteve a condenação a ampliou para 12 anos e um mês a pena de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, integrantes de diversos partidos e movimentos que têm projetos próprios para a eleição se uniram ao PT em um ato que reuniu uma multidão no centro histórico de Porto Alegre.

No palanque estavam dois possíveis adversários de Lula, a deputada Maluela d'Ávila (PCdoB) e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, cortejado pelo PSOL.

Em tom mais brando do que as recentes manifestações oficiais do partido e suas principais lideranças, o partido fala em manter as mobilizações contra a condenação de Lula mas desvias de expressões radicais como "revolta popular" e "desobediência civil", usadas na última resolução aprovada pelo diretório nacional do partido.

O PT e seus aliados pretendem usar a oposição às reformas do governo Michel Temer como vetor de mobilizações a favor de Lula.

"Lutamos para fechar a página do golpe, pela convocação de uma Assembleia Constituinte soberana que adote reformas populares e revogue as medidas que prejudicaram o povo e o país como a chamada PEC da morte, inclusive por meio de plebiscitos e referendos revogatórios", diz a resolução.
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