São Paulo, 03 - Uma semana após o julgamento do recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª. Região (TRF-4), o volume de menções ao petista caiu 41% nas redes sociais, segundo um levantamento realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getulio Vargas (FGV). O estudo foi feito com exclusividade para o
Estadão/Broadc
ast, serviço em tempo real da Agência Estado.
De acordo com o levantamento, ao mesmo tempo a discussão sobre os possíveis “herdeiros” de votos caso o petista fique fora da disputa presidencial em outubro cresceu.
“Tanto na esquerda (para além de Lula) quanto na direita (para além do deputado Jair Bolsonaro), o cenário é marcado, mais do que nunca, pela fragmentação e pela disputa sobre quem pode se descolar dos demais”, afirmou a Dapp.
Conforme a avaliação, no debate sobre o possível herdeiro dos votos de Lula, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) foi quem mais apareceu, em comparação à ex-ministra Marina Silva (Rede), ao líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos e à deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB), todos eles presidenciáveis.
A pesquisa mostrou ainda que o engajamento em relação aos candidatos nas redes sociais caminhou para uma reacomodação aos níveis anteriores ao do julgamento de Lula, em 24 de janeiro, mas houve um reaquecimento do debate político.
Nesse sentido, houve ainda um aumento de menções ao apresentador de TV e empresário Luciano Huck, que retomou níveis parecidos aos registrados antes do anúncio de sua “desistência” de disputar a Presidência, em novembro do ano passado. Huck registrou ontem o mesmo volume de menções no Twitter do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina e Ciro.
Em números, Lula registrou uma média diária de 165.748 menções no Twitter nesta semana, patamar bem mais modesto que o registrado no dia do julgamento, quanto teve 1,21 milhão de menções na rede social. Bem atrás do petista, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) contabilizou média de 50.528 menções nesta semana. Alckmin e Ciro foram mencionados em uma média de, respectivamente, 3.489 e 3.016 postagens. Já as médias de Marina Silva e Huck ficaram em 1.708 e 1.819 por dia, respectivamente.
“Nenhum ator político apresenta, ainda que de forma remota, potencial de crescimento para se igualar a Lula ou a Bolsonaro como protagonista nas redes, seja como porta-voz de determinadas agendas (como economia ou educação), seja como personagem associado à corrida eleitoral de outubro”, afirma o estudo da Dapp/FGV.
Também no Facebook, Lula e Bolsonaro lideram com folga as menções dos usuários. O petista figurou com uma média de 111.388 postagens por dia, enquanto o deputado foi citado em 94.717 delas.
O levantamento da Dapp apontou que a febre amarela foi o principal assunto dentro do campo de políticas públicas no Twitter, com 567,7 mil citações na rede social desde o início de janeiro. O volume de postagens variou ao longo do período, com o pico coincidindo com a discussão em relação à participação de macacos na dispersão da doença pelo País.
Apesar disso, poucos os usuários associaram a doença a políticos: o presidente Michel Temer foi citado em 1,6 mil postagens ligadas à doença, enquanto Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tiveram 680 vezes e 470 menções, respectivamente. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo
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(Marcelo Osakabe)