Brasília, 03 - O presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse neste sábado, 3, que "estão tentando destruir a vida política promissora" de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), indicada pelo partido para assumir o cargo de ministra do Trabalho no governo Michel Temer. A nomeação da parlamentar para o posto foi impedida por força de uma decisão liminar da 4ª Vara Federal de Niterói, proferida em 8 de janeiro.
O Estado mostrou, neste sábado, 3, que Cristiane Brasil é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. A investigação foi enviada na sexta-feira, 2, à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado. O inquérito também apura suposto envolvimento no caso do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época. Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada.
"A matéria diz que Cristiane Brasil é alvo de inquérito por suspeita de associação ao tráfico de drogas em uma eleição, a de 2010, da qual não participou. Por que destruir a vida política promissora de uma pessoa dedicada em tudo que faz e que está preparada para exercer o cargo de ministra?", questionou Jefferson em sua página pessoal no Twitter.
O presidente do PTB relacionou a investigação contra Cristiane com o fato de ter denunciado o esquema do caso conhecido como mensalão, há 13 anos. "É o PT e seu esquema no Judiciário dando o troco por eu ter denunciado o mensalão, prefácio do petrolão, o maior escândalo de corrupção da história do mundo", afirmou.
Jefferson diz estar "assombrado" pela investigação vir a público oito anos depois dos fatos investigados. Ele questionou ainda o fato do inquérito não envolver o nome do deputado federal Sérgio Zveiter (PODE-RJ), que teria, segundo o presidente do PTB, feito "dobradinha" com o ex-cunhado de Cristiane Brasil na mesma eleição.
"Para completar meu assombro, o inquérito, oito anos depois da eleição, corre em 'segredo de justiça'.
(Renan Truffi).