"Fui despejado", admite o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB) nesta segunda-feira (5). Segundo ele, soube pela imprensa que o prédio onde despacha, na Cidade Administrativa, será desativado. Desafeto do governador Fernando Pimentel (PT), ele disse não ter sido comunicado da medida que o governo de Minas divulgou na sexta-feira (2).
Andrade trabalha em uma sala no terceiro andar do edifício Tiradentes, um abaixo de Pimentel. Questionado sobre a mudança, respondeu: “Não sei, não fui comunicado ainda, vi pelos jornais.” Ele também disse não fazer ideia de onde ficará sua nova sala no governo.
O emedebista evitou se estender ao comentar o motivo pelo qual não teria ficado sabendo que seria desalojado da atual sala. “É natural, a gente espera isso deles”, disse. Andrade rompeu com Pimentel em meados de 2016. Ele já declarou algumas vezes que, apesar de ser vice-governador, não faz parte do governo do PT.
Na sexta-feira, o governo de Minas informou que Pimentel decidiu desativar o Palácio Tiradentes e transferir os servidores para os prédios Minas e Gerais para economizar. Segundo nota do governo, objetivo é economizar em pelo menos 40% gastos com insumos diversos, manutenção rotineira e com o consumo de água e energia elétrica. “O Edifício Tiradentes gera uma despesa anual de cerca de R$ 5 milhões. A realocação já está em andamento e será concluída nos próximos dias. A medida vem sendo conduzida de modo a não afetar a normalidade das rotinas de trabalho”, diz a nota.
O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, garante que Antônio Andrade sabia da desativação do Palácio Tiradentes, já que a assessoria de gabinete do vice-governador foi informada da mudança. “Ele sabia com certeza. Uma coisa é não conhecer, outra é não gostar. Não entendo essa reação quando a medida representa uma economia para o governo”, afirma.
De acordo com Magalhães, há três possíveis locais para abrigar o gabinete de Andrade. “Oferecemos as mesmas condições do seu gabinete, que é protocolar e não exerce nenhuma função administrativa no governo: meio andar no prédio Minas, meio andar no Gerais ou no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)”, explica.
Colaborou Flávia Ayer