São Paulo - Em meio ao questionamento em relação à concessão de auxílio-moradia aos membros do Judiciário e de outros poderes, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel de Queiroz Pereira Calças, admitiu nesta segunda-feira, 5, que esses benefícios configuram um "salário indireto" aos magistrados e defendeu a ética de sua aplicação, dizendo que ela é prevista em lei.
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Esposa de Sérgio Moro ironiza imprensa após publicação de recebimento de auxílio-moradia Gilmar Mendes critica concessão de auxílio-moradia a juízes como Sérgio MoroAuxílio-moradia custa R$ 817 mi à UniãoSérgio Moro recebe auxílio-moradia mesmo tendo imóvel em CuritibaMinas gasta R$ 9 milhões com auxílio-moradia para juízes, desembargadores, procuradores e promotores Dallagnol recebe auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio em CuritibaIrritado com os questionamentos dos jornalistas, Pereira Calças encerrou a coletiva após perguntarem se não seria ético abdicar do benefício. Em seu discurso no evento, Pereira Calças defendeu a independência do Judiciário e sua autonomia administrativa e financeira. "Assumo solenemente o compromisso de defender, com todo o arsenal jurídico, a regra constitucional inscrita no artigo 99 da nossa Carta da Republica: a autonomia administrativa e financeira deste Tribunal", declarou.
O presidente do TJ-SP também defendeu a harmonia entre os Poderes e criticou as tentativas de membros do Judiciário de entrarem no campo de ação do Legislativo e Executivo. Participaram do evento os ministros do STF Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, bem como o governador Geraldo Alckmin e o prefeito da capital, João Doria.
Defasagem
Para o ex-presidente do TJ-SP Paulo Dimas Mascaretti o debate precisa ser feito de forma mais aberta e "sem apontar dedos". "Nenhum magistrado gostaria de estar recebendo auxílio-moradia. O que acontece é que eles foram sendo concedidos porque há uma defasagem salarial", disse após o evento.
Levantamento feito pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado apontou que a União gastou aproximadamente R$ 817 milhões somente em 2017 com o pagamento de auxílio-moradia nos três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. No total, o impacto financeiro do benefício nas contas da União ultrapassa R$ 4,3 bilhões nos últimos oito anos.
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