Mais um dos integrantes da força tarefa da Lava-Jato recebe auxílio-moradia, mesmo tendo imóvel próprio. O procurador Deltan Dellagnol, coordenador da parte que cabe ao Ministério Público Federal (MPF), embolsa mensalmente o valor de R$ 4.377,73 correspondente ao benefício.
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O Ministério Público Federal afirmou que a norma “permite o pagamento” e que o recebimento dos valores “esta amparado em uma liminar e em regulamentações internas que não trazem entre as vedações o fato de que a pessoa possui imóvel”.
Até o momento, o procurador não se pronunciou sobre o caso.
Sérgio Moro também recebe
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, e que responde pelo julgamento dos casos da Lava-Jato, mesmo morando em apartamento próprio, recebe o auxílio-moradia. Ele afirmou que o valor entra em seus vencimentos como forma de "compensar" a falta de reajuste.
“O auxílio-moradia é pago indistintamente a todos os magistrados e, embora discutível, compensa a falta de reajuste dos vencimentos desde 1 de janeiro de 2015 e que, pela lei, deveriam ser anualmente reajustados”, afirmou o juiz ao jornal O Globo.
O juiz Sérgio Moro, que conduz os principais casos da Operação Lava-Jato, recebe auxílio-moradia de R$ 4,3 mil mesmo tendo um imóvel em Curitiba, onde fica a sede da Justiça Federal do Paraná. O magistrado é um dos que foram beneficiados por liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que autorizou o pagamento nos tribunais do país.
Marcelo Bretas e esposa
Outro integrante da Lava-Jato, Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, no Rio de Janeiro, e sua mulher Simone Bretas, do 5º Juizado Especial Federal Cível, também tiveram os dois auxílios-moradia de R$ 4.377,73 cada, denunciados pela imprensa.
A duplicação do benefício para casais que moram juntos é proibida por resolução do Conselho Nacional de Justiça, mas os dois conseguiram o direito a receber quase R$ 9 mil graças a uma decisão judicial.