O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, em sua passagem de dois dias por Belo Horizonte, adotou um discurso de candidato a presidente da República ao anunciar planos de investimentos do banco estatal de fomento. Pré-candidato do PSC, Castro, de 69 anos, que é economista, esteve na capital para relançar o livro Lanterna na proa – Roberto Campos – 100 anos, organizado por ele e outros 63 economistas, incluindo Ives Gandra da Silva Martins, que traz o pensamento do economista e diplomata que foi um dos expoentes do liberalismo no país.
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“O Brasil precisa debater o seu futuro”, defende o presidente do BNDES, para quem a retomada da economia passa pela descentralização dos investimentos concentrados no eixo Rio-São Paulo. “Não vamos abandonar a infraestrutura e a indústria. Vamos reforçar a ênfase no desenvolvimento regional e no desenvolvimento das pequenas e médias empresas”, disse.
DESENVOLVIMENTO
O presidente do BNDES anunciou também um plano estratégico de desenvolvimento com alcance até 2035. “ É obrigação ter esse olhar para o futuro. O Brasil precisa aprender a planejar e cobrar dos políticos a entrega”, destacou. Segundo ele, esse debate será feito com as entidades que representam empresários e trabalhadores. O debate começará a ser feito depois do Carnaval.
REGIONALIZAÇÃO
Paulo Rabello de Castro anuncou ainda a inauguração de unidades regionais do BNDES. Minas será o primeiro estado com inauguração prevista para março. As unidades serão comandadas por técnicos do banco estatal. Hoje são três escritórios no país (Brasília, São Paulo e Recife). A ideia é ampliar para até nove filiais. “Aproximação de empresários, secretários (municipais e estaduais) e governadores de estado”, responde Castro, ao ser perguntado sobre os motivos da regionalização.
GOVERNO DE MINAS
Sobre a perspectiva de novos investimentos em Minas pelo BNDES, o presidente da estatal foi direto: “Sempre, mas Minas precisa sair da toca. Estou aqui para, como bom filho de mineiros, cutucar”, se referindo ao empresariado.
PRÉDIO DO BEMGE
O presidente do BNDES não deixou passar em branco os R$ 15 milhões que o banco já aprovou para recuperar um edifício icônico no Centro de BH, popularmente conhecido como “prédio do Bemge”, ex-banco estatal, que será transformando em unidade de fomento para reunir a área de inovação e novas tecnologias. Paulo Rabello de Castro também citou a liberação de R$ 500 mil para a Filarmônica de Minas Gerais.
INVESTIGAÇÃO
Paulo Rabello de Castro prestou depoimento à Polícia Federal na semana passada sobre o inquérito que investiga suspeita de fraudes em investimentos no Postalis, fundo de pensão dos Correios. Ele teve seus sigilos fiscal e bancário quebrados. A investigação não tem relação com a gestão de Castro no BNDES, e sim com atividades anteriores. Ele é proprietário da agência de classificação de risco SR Rating, da qual se afastou depois de assumir a presidência do IBGE, em 2016. A agência foi contratada pelo Postalis para fazer avaliação econômica e financeira sobre a aquisição de três cédulas de crédito imobiliário da empresa Mudar Master II Participações, no valor de R$ 109,8 milhões. Segundo o Ministério Público Federal, a decisão de investimento foi embasada em relatórios superficiais elaborados por dirigentes do Postalis e da SR Rating. As cédlulas não teriam garantias reais. Para o MPF, houve falha ou má-fé dos envolvidos.
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