Cobrado pelo Planalto e por setores do mercado financeiro, o governador de São Paulo e presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, confirmou ontem que o partido fechará questão a favor da reforma da Previdência. Após reunião da Executiva Nacional da legenda, a primeira sob o comando de Alckmin, o tucano confirmou que, a partir de agora, se acelerou o processo de convencimento dos parlamentares da bancada. “Estamos otimistas com os resultados e achamos que há brechas para avanços. O número de deputados favoráveis ao projeto aumentou”, disse ele.
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Durante a reunião da Executiva, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio — adversário de Alckmin nas prévias —, defenderam, além do fechamento de questão, a punição aos parlamentares infiéis. O amazonense foi ainda mais enfático.
Prévias
Embora tenha prometido pensar no assunto, Alckmin tende a não endossar a tese da punição. A avaliação de alguns tucanos é de que isso é um discurso fácil para quem não precisará votar a Previdência, expondo-se ao descontentamento de eleitores. Outro alerta feito na reunião — e que será levado ao Planalto — é evitar qualquer sinalização de liberação de emendas ou oferta de cargos. “Isso só vai atrapalhar o debate e afastar aqueles que resolveram aprovar a matéria por uma questão ideológica”, disse um tucano.
Alckmin confirmou para 4 de março a realização das prévias do PSDB para expor os candidatos à Presidência da República.
Virgílio considera que só o fato de o partido realizar prévias é uma conquista e afirma que não abre mão de duas coisas: que o voto seja universal, ou seja, tenha o mesmo peso para todos os filiados e que ocorram, no mínimo, três debates. “Se vai muita gente votar ou não, isso não é um problema. Temos que pensar que isso é um marco. Estamos fazendo história. O partido, pela primeira vez, está tendo a oportunidade de ouvir a militância, de levar a sério a militância”, defendeu..