Em mais uma defesa pública da aprovação da Reforma da Previdência, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD) fez um apelo para que os empresários mineiros procurem os deputados federais para pedir a aprovação do texto. O projeto será incluído na pauta do Plenário da Câmara no próximo dia 19, e a expectativa do governo é aprová-lo até dia 28.
No discurso feito ao empresariado durante encontro em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Meirelles ainda mandou um recado para os parlamentares: sem a alteração nas regras da aposentadoria no Brasil, em dez anos não haverá recursos para as emendas apresentadas pelos políticos no orçamento da União para suas bases eleitorais.
“A expectativa é que a reforma será aprovada, mas temos que trabalhar. E não só o governo, mas todos. Se você conhece um parlamentar representante do seu estado, vocês podem ajudar também. Ligue para o deputado que você conhece e diga 'vamos olhar seu voto na Previdência'”, afirmou o ministro. “As vezes os deputados dizem que apoiam um projeto, mas os eleitores são contra. Eu sempre digo para eles olharem direito”, continuou.
Meirelles ressaltou ainda que o governo não trabalha com um “plano B” e que uma eventual derrota do projeto no Congresso Nacional vai implicar em falta de dinheiro para bancar as aposentadorias nos próximos anos.
"Se a reforma não for aprovada, o que vai acontecer? Em 10 anos a despesa da previdência que hoje é de 50%, vai passar para 80%, e não vai ter dinheiro para saúde, segurança, educação, e também não vai ter para emenda parlamentar. Então isto aí é um problema",disse.
Embora o Planalto já tenha admitido algumas alterações para garantir a aprovação do texto, o ministro reafirmou que não há hipótese de alteração na idade mínima para a aposentadoria. Atualmente o trabalhador pode se aposentar com 35 anos de contribuição (homens) ou 30 anos (mulheres), sem idade mínima. Com a reforma, as trabalhadoras terão que completar pelo menos 62 anos e os empregados 65 anos, para ter direito a requerer o benefício.
Emendas
O orçamento da União para este ano prevê uma cota de R$ 14,8 milhões para cada um dos 513 deputados e 81 senadores apresentarem emendas individuais. Se a reforma não for aprovada, segundo ele, em alguns anos não haverá recursos para as bases eleitorais dos parlamentares.
“A emenda está na Constituição e é legítima, desde que seja bem aplicada, evidentemente. O uso do recurso público é fundamental em qualquer situação para qualquer agente público. Agora, eu acredito que todos estão entendendo em que um momento não vai ter dinheiro para mais nada”, disse.